Laudo aponta idoso morto em casa entre 6 meses e 2 anos: irmãos presos ocultação de cadáver no Rio

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Laudo aponta que idoso encontrado morto em casa tem data de morte estimada entre 6 meses e 2 anos

O documento ainda diz que não há sinais de lesões que indiquem uma morte violenta. A causa da morte de Dário Antonio Raffaele D’Ottavio, de 88 anos, no entanto, foi considerada como “indeterminada pelo estado de decomposição”. Documento comprova versão de testemunhas sobre última vez que homem foi visto.

Irmãos são presos em flagrante por manter corpo de pai há meses dentro de casa no Rio [https://s01.video.glbimg.com/x240/13617192.jpg]

Um laudo do Instituto Médico Legal apontou que o idoso encontrado morto em estado avançado de decomposição [https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2025/05/21/irmaos-sao-presos-ocultacao-cadaver-na-ilha-do-governador.ghtml] dentro de seu apartamento na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio, morreu em um período estimado entre 6 meses e 2 anos.

“Trata-se de cadáver do sexo masculino, em decomposição avançada, com intervalo perimortem que pode variar entre seis meses e dois anos”, diz um trecho da conclusão do documento, assinado por uma perita do Instituto Médico Legal.

O documento ainda diz que não há sinais de lesões que indiquem uma morte violenta. A causa da morte de Dário Antonio Raffaele D’Ottavio, de 88 anos, no entanto, foi considerada como “indeterminada pelo estado de decomposição”.

Testemunhas afirmaram na 37ª DP (Ilha do Governador), que investiga o caso, que não viam o homem desde, no mínimo, novembro de 2023. [https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2025/05/22/caso-idoso-encontrado-morto-depoimentos.ghtml]

Os suspeitos presos, Marcelo Marchese D’Ottavio e Tânia Conceição Marchese D’Ottavio, tiveram audiência de custódia no dia 24 de maio. A Justiça manteve a prisão de ambos. [https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2025/05/24/justica-mantem-prisao-de-filhos-de-idoso-cujo-corpo-foi-escondido-dentro-de-casa-por-meses.ghtml]

A vítima é o aposentado Dário Antonio Raffaele D’Ottavio, de 88 anos. Ele morava em um apartamento com dois filhos na rua Beni, no Cocotá, na Ilha do Governador, na Zona Norte do Rio. Ele era apontado por vizinhos como um homem gentil, educado e prestativo, com uma situação econômica estável. Ele era visto frequentemente na varanda interna de seu apartamento ou na garagem, mexendo no seu veículo.

O corpo do idoso foi encontrado no dia 21 de maio. O cadáver foi encontrado em avançado estado de decomposição em um dos quartos da residência. Os dois filhos dele foram presos em flagrante.

Os filhos do idoso foram identificados como Tânia Conceição Marchese D’Ottavio e Marcelo Marchese D’Ottavio. Segundo a polícia, os suspeitos reagiram à entrada dos agentes no imóvel, e Marcelo chegou a entrar em luta corporal com um dos policiais. Testemunhas disseram que ele chegou a gritar “Eu matei meu pai” pelas ruas do bairro. Marcelo foi encaminhado para o Hospital Psiquiátrico Philippe Pinel. Tania está internada no Hospital Municipal Pedro II. A Justiça vai decidir se eles vão seguir sob custódia ou responderão em liberdade.

Em depoimento à 37ª DP (Ilha do Governador), uma vizinha relatou ter acionado a Polícia Militar diversas vezes para que os agentes entrassem no imóvel e verificassem o paradeiro do idoso, mas o filho teria impedido a entrada dos PMs. Testemunha do caso, ela contou que não via Dário havia algum tempo e chegou a suspeitar que ele estivesse sendo mantido em cárcere privado pelos filhos. Funcionários da Clínica da Família do bairro Cocotá também relataram a vizinhos da vítima que foram impedidas de entrar na casa por Marcelo.

Em depoimento na delegacia, um dos vizinhos afirmou que viu Dário pela última vez em novembro de 2023. Segundo o depoimento, ele estava de muleta na varanda do seu apartamento.

Os vizinhos relataram na delegacia que ouviram discussões entre o idoso e seus filhos, presos suspeitos pelo crime. [https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2025/05/22/caso-idoso-encontrado-morto-depoimentos.ghtml] A última lembrança de um dos vizinhos foi uma briga entre Dário e Marcelo, em que o filho ordenava ao pai que lhe entregasse o cartão do banco e a senha, e que Dário teria se recusado a obedecer às ordens de Marcelo.

Os depoimentos na 37ª DP (Ilha do Governador) indicaram que Marcelo Marchese D’Ottavio, um dos filhos da vítima presos pelo crime, impedia que qualquer pessoa entrasse na casa depois que o pai não foi mais visto. Em novembro de 2023, um cano se rompeu na residência de Dário, e um vizinho foi até a casa para avisar sobre o problema. No entanto, essa testemunha disse que ouviu de Marcelo que “na sua casa ninguém entraria”.

Na hora em que a Polícia Civil entrou na casa, os suspeitos reagiram à entrada dos agentes no imóvel. Marcelo chegou a entrar em luta corporal com um dos policiais. Eles estão respondendo pelos seguintes crimes: Ocultação de cadáver, Resistência à prisão, Lesão corporal. A polícia ainda investiga se Dário foi vítima de um homicídio.

A Polícia Civil encontrou diversos bens aparentemente novos na casa, mesmo com sinais que o idoso morreu há mais de seis meses.

A Polícia Civil já sabe que Dário tinha 2 benefícios ativos no INSS que somavam R$ 5.207,91. [https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2025/05/23/idoso-ilha-do-governador-beneficios-inss.ghtml] Segundo o delegado Felipe Santoro, responsável pelo caso, a informação reforça a tese de que o corpo do idoso foi mantido dentro de casa durante meses por motivação financeira.

Essas são as informações detalhadas sobre o trágico caso do idoso encontrado morto em casa após meses de desaparecimento, envolvendo seus próprios filhos. A investigação continua para esclarecer todos os detalhes e determinar as responsabilidades pelo ocorrido.

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