Laudo aponta presença de bactéria em tortas vendidas no Natal de Pelotas: 92 pessoas relataram sintomas de gastroenterite

Laudo aponta presença de bactéria em tortas frias vendidas no Natal, em Pelotas; 77 pessoas tiveram gastroenterite após consumo

Documento atesta a presença da bactéria Estalococos coagulase positiva, que, em grandes quantidades, pode causar diarreia e vômito. 92 pessoas relataram sintomas

1 de 1 Torta fria consumida em Pelotas; clientes apresentaram gastroenterite — Foto: Reprodução/RBS TV

Torta fria consumida em Pelotas; clientes apresentaram gastroenterite — Foto: Reprodução/RBS TV

Ao menos 77 pessoas apresentaram gastroenterite após o consumo de tortas frias compradas na mesma lancheria nos festejos de Natal. Um laudo do Centro Estadual de Vigilância em Saúde, divulgado nesta segunda-feira (30), apontou a presença da bactéria Estalococos coagulase positiva no alimento.

Até o momento, 92 pessoas relataram sintomas após consumir a torta.

A bactéria é responsável especialmente por infecções de pele, mas, quando ingerida, pode resultar nos mesmos sintomas do consumo de comida estragada, como diarreia e vômito, segundo a gestora médica do Serviço de Controle de Infecção do Hospital Ernesto Dornelles, Stephanie Scalco.

“Essa bactéria é bem comum, não é rara. Agora, como isso foi parar na torta fria, daí eu não tenho nem ideia. Provavelmente, talvez alguém que tenha preparado a torta, estivesse contaminado com essa bactéria nas mãos ou tivesse com algum ferimento”, afirma a infectologista.

A bactéria também está associada à gastroenterite, identificada nos consumidores.

O laudo revela que os pesquisadores farão uma nova investigação para identificar a presença de toxinas, o que poderia explicar os sintomas.

O DE procurou a Circulu’s Lanches, responsável pelo lanche, que disse não ter tido acesso ao laudo.

Na sexta-feira (27), o estabelecimento divulgou uma nota afirmando que está colaborando com as investigações e que segue rigorosos padrões de higiene e controle de qualidade. Veja abaixo a nota na íntegra.

De acordo com a Vigilância Sanitária, as pessoas apresentaram sintomas ainda na véspera de Natal. Apesar disso, todas estão se recuperando, e nenhuma precisou ser internada.

A Vigilância Sanitária coletou amostras de maionese, azeitona e palmito recolhidas na Circulu’s Lanches. Duas metades de tortas frias consumidas por clientes que apresentaram sintomas foram enviadas ao Laboratório Central de Saúde Pública do Estado (Lacen).

A Vigilância também ouve clientes que consumiram os alimentos, tanto os que tiveram sintomas quanto os que não apresentaram sinais de intoxicação.

A orientação para quem sentir desconforto gastrointestinal após consumir os produtos é procurar atendimento médico e informar sobre o consumo.

NOTA DA LANCHERIA (27 DE DEZEMBRO)

“Recebemos com profundo respeito e preocupação a notícia de que alguns clientes apresentaram sintomas compatíveis com intoxicação alimentar após consumirem nossas tradicionais tortas frias natalinas. Mais do que uma empresa, somos parte de uma comunidade, e o respeito à dignidade humana — fundamento da República Federativa do Brasil, consagrado no artigo 1°, inciso Ill, da Constituição Federal — é o alicerce de nossas ações.

Ao longo de 33 anos, sempre pautamos nossa conduta pela valorização da saúde, do bem-estar e da confiança, trabalhando com rigorosos padrões de higiene, segurança dos alimentos e qualidade. Reconhecemos a gravidade da situação e nos solidarizamos com os clientes afetados e suas famílias, reafirmando nosso compromisso de buscar soluções que honrem a dignidade e a integridade de cada pessoa envolvida.

Nesta data, recebemos a visita da Vigilância Sanitária, que realizou uma inspeção detalhada em nossas instalações e colheu amostras para análise. A vistoria não identificou irregularidades nos ambientes ou mercadorias, possibilitando a continuidade de nossas atividades. No entanto, seguimos conduzindo testes internos e colaborando com as autoridades para elucidar os fatos com transparência e responsabilidade.

Estamos atentos e disponíveis para prestar esclarecimentos às famílias impactadas. Caso haja a confirmação da correlação dos sintomas apresentados com o produto do Circulu’s Lanches, prestaremos todo apoio e assistência.

Reafirmamos nosso compromisso de atuar de forma ética e responsável, assegurando que cada cliente tenha sua dignidade respeitada em todas as circunstâncias.

Agradecemos a confiança da comunidade e reiteramos nossa dedicação aos valores que sempre nortearam nossa trajetória: a dignidade humana, a saúde e a segurança de quem nos escolhe.”

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Casal sofre ataque homofóbico em viagem de ônibus: busca justiça e apoio emocional

Casal sofreu ataque homofóbico durante viagem de ônibus entre Balneário Camboriú e São Paulo DE. A situação ocorreu quando um líquido foi derramado no chão do ônibus, molhando as bagagens de uma mulher não identificada, que acabou ofendendo o casal. A Polícia Civil está investigando o caso que ganhou repercussão após as vítimas registrarem as ofensas em vídeo.

As ofensas proferidas pela mulher no ônibus incluíram xingamentos como “viado” e “bibas do c******”. O programador Wellington Gabriel dos Santos, de 28 anos, relatou que as agressões começaram após a suspeita de que eles teriam sido os responsáveis pelo líquido derramado. No entanto, o casal negou as acusações, o que resultou em humilhação pública e agressão verbal.

O casal, formado por Wellington e seu namorado, Ailton Flávio da Silva, foi exposto a uma situação constrangedora diante das acusações infundadas. A mulher insistiu nas acusações, o que gerou uma crise de ansiedade no namorado de Wellington, que precisou de ajuda para se acalmar. O vídeo mostra um diálogo posterior em que a mulher reconhece que o casal não foi o responsável pelo líquido derramado em suas bagagens.

Diante do ocorrido, o casal registrou um boletim de ocorrência de acordo com a lei 7.716/89, que trata de preconceito de raça ou cor, no 50º Distrito Policial, no Itaim Paulista. Mesmo que a legislação não mencione explicitamente a homofobia, ela engloba os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Além disso, os envolvidos consultaram um advogado para acionar a empresa responsável pela viagem e identificar a autora das ofensas.

O casal busca justiça diante do ataque homofóbico sofrido durante a viagem de ônibus, visando responsabilizar a mulher pelas ofensas proferidas. Enquanto isso, Wellington destaca a importância do suporte psicológico para seu parceiro lidar com os impactos emocionais provocados pela situação. A conscientização e a luta contra a homofobia são essenciais para promover um ambiente de respeito e igualdade para todos.

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