Lei Seca nas Eleições: estados brasileiros proíbem venda de bebidas alcoólicas

No próximo domingo, 6, pelo menos nove estados brasileiros implementarão a Lei Seca, proibindo a venda de bebidas alcoólicas durante as eleições municipais. Essa medida visa reduzir os riscos de desordem que possam prejudicar o processo eleitoral.
 
Em seis estados – Acre, Amapá, Pará, Piauí, Maranhão e Alagoas – a proibição será válida em todo o território estadual. Em outros três estados – Tocantins, Mato Grosso e Goiás – a restrição será aplicada em zonas eleitorais específicas. No Tocantins, por exemplo, quatro zonas eleitorais serão afetadas, enquanto em Mato Grosso, três zonas seguirão a Lei Seca. Em Goiás, embora o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) não tenha especificado as zonas, pelo menos uma delas anunciou a adesão à proibição.
 
A decisão de implementar a Lei Seca é tomada localmente pelas autoridades de segurança pública e eleitorais. Nos estados do Piauí, Maranhão e Alagoas, as secretarias de Segurança foram responsáveis por essa decisão. No Acre, os juízes eleitorais de primeira instância expediram portarias para decretar a Lei Seca em suas respectivas áreas. Já no Pará, as regras serão definidas em comum acordo entre os juízes eleitorais e a Polícia Civil dos municípios, considerando as especificidades de cada localidade.
 
A Lei Seca é uma medida importante para garantir a ordem e a segurança nos dias que antecedem e no próprio dia das eleições. O TRE do Amapá, por exemplo, informou que os juízes cumprirão rigorosamente a Portaria da Lei Seca para assegurar a tranquilidade do processo eleitoral.
 
Além disso, é importante notar que alguns estados decidiram não adotar a Lei Seca. Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Santa Catarina estão entre os que não implementarão essa restrição. No Paraná e Pernambuco, a decisão caberia às secretarias de Segurança, mas nenhuma notificação foi recebida até o momento. A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) se posicionou contra a Lei Seca, argumentando que ela afeta negativamente os estabelecimentos comerciais.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp