Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) descobriram que a Covid prolongada pode ser tratada com leite materno. Pelo menos foi isso o verificado ao testarem o tratamento alternativo em uma paciente com a doença e também com um problema genético raro que impede o organismo de produzir anticorpos contra qualquer vírus.
A mulher, de 28 anos, teve a terapia inovadora registrada em um artigo científico publicado na revista científica Viruses. O grupo que acompanha a mulher decidiu pelo procedimento devido à persistência da infecção. Liderados pela pesquisadora que acompanha a paciente desde a infância, Maria Marluce Vilela, da Unicamp, eles chegaram a testar transfusão de plasma sanguíneo como tratamento, mas não obtiveram respostas satisfatórias.
Os cientistas orientaram a paciente a beber 30 mililitros de leite materno de uma doadora vacinada contra Covid a cada três horas durante uma semana. Um teste PCT foi realizado em seguida e o resultado foi negativo para o coronavírus. O mesmo exame havia sido realizado durante os últimos quatro meses e constatado a presença do microorganismo.
“As características de virulência dos agentes infeciosos podem levar a dois desfechos nesses casos: infecção crônica ou morte”, afirmou Vilela à Agência Fapesp. Segundo ela, a mulher continua recebendo acompanhamento e é testada frequentemente.
A iniciativa foi baseada em uma outra pesquisa na qual mulheres vacinadas com a Pfizer produziam leite com um componente considerado o principal neutralizante da ação do coronavírus e de outros agentes causadores de doenças.