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Levantamento indica déficit de 8,7 mil professores na rede estadual de Goiás

Última atualização 18/05/2022 | 08:10

Um levantamento realizado pelo Observatório do Estado Social Brasileiro da Universidade Federal de Goiás (UFG), em conjunto com o Observatório da Educação, apontou um déficit de 8,7 mil professores na rede estadual de ensino de Goiás. Já em relação a área administrativa, o déficit chega a 16,3 mil  contratos. 

Apenas em 2022, os contratos temporários de docentes chegaram a mais de 10 mil. O cenário, segundo o documento, gera uma situação de desigualdade entre profissionais efetivos e temporários, tanto em termos salariais quanto em relação à estabilidade. Os contratos representam atualmente mais da metade dos professores que atuam nas salas de aula no estado.

“Essa situação interfere no desempenho dos profissionais da educação e reverbera, igualmente, na aprendizagem dos alunos”, afirma o relatório, que analisou os dados da Secretaria Estadual de Educação (Seduc) entre 14 e 17 de abril de 2022.

Para os pesquisadores que participaram do levantamento, o problema é antigo. Em 2018, de acordo com um estudo do Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (IMB), 50% dos professores da Rede Pública de Educação do Estado de Goiás atuavam na condição de contratados temporários. Naquele mesmo ano, na Regional de Flores de Goiás e na cidade de Luziânia, o déficit de professores concursados atingiu 69% e 59%, respectivamente. 

As aposentadorias e falecimentos tensionam ainda mais o cenário. Entre 2017 e 2022, 4,2 mil professores se aposentaram e outros 233 faleceram. De acordo com o estudo, a média é de 710 aposentadorias por ano, e isso por si só, justificaria o déficit de professores efetivos.

Por conta disso, tanto o Observatório do Estado Social Brasileiro quanto o Observatório da Educação recomendam, no documento, que seja realizado um concurso público, regionalizado, para profissionais da educação para atender todo o déficit da rede pública estadual de educação de Goiás. De acordo com os pesquisadores, o total de vagas distribuídas em funções, que atendam a rotina escolar, não deve ser inferior ao total do déficit identificado. Ou seja, 16,4 mil.

O DE procurou a Secretaria Estadual de Educação para saber se vão atender os pedidos de concurso e se os números batem com o déficit registrado pela pasta, mas não obteve resposta até a publicação da matéria.