Libertadas 12 pessoas em situação análoga à escravidão de fazenda em Trindade

Ação realizada em uma fazenda em Trindade, na Região Metropolitana de Goiânia, resgatou 12 pessoas em situação análoga à escravidão. Eles trabalhavam cortando eucaliptos com motosserra sem equipamentos de proteção individual, dormiam em colchões sujos espalhados pelo chão na sede da propriedade onde utilizavam fogão e fogareiro dentro dos quartos lotados e em péssimas condições de higiene. Um ex-trabalhador teria chegado a dormir em um colchão no curral.

De acordo com a equipe coordenada por auditores do Ministério Público do Trabalho (MPT), a situação de trabalho comparada a de um escravo tem como um dos requisitos a condição degradante de meio ambiente profissional. A operação teve ainda a participação da Polícia Federal (PF), da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Superintendência do Trabalho em Goiás.

As autoridades encontraram o dono da fazenda no local. Ele foi orientado e regularizou o pagamento dos funcionários. Ao todo, ele arcou com R$ 113 mil de verbas rescisórias e mais R$ 100 mil de danos morais coletivos aos funcionários. Somente em 2022, 500 trabalhadores foram resgatados em condição análoga à escravidão em todo o País pela Auditoria Fiscal do Trabalho. Do total, 84% se autodeclararam pretos ou pardos. 

Em julho deste ano, 92 trabalhadores foram resgatados dessa condição no estado em Rio Verde, Santa Bárbara de Goiás, Nazário e Montes Claros de Goiás após uma operação nacional de combate a esse crime, segundo a Procuradoria Geral da República (PGR).

Uma das estratégias para tentar coibir a prática é a divulgação de uma lista de empresas autuadas pelos Auditores-Fiscais do Trabalho por escravizar os funcionários. Em uma delas foram incluídas 52, sendo 7 apenas de Goiás nos municípios de Davinópolis, Vicentinópolis, Serranópolis, Rio Verde, Águas Lindas de Goiás, São Miguel do Araguaia e Joviânia. 

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Ponte TO-MA: Agência irá avaliar qualidade da água de rio após queda de ponte

A Agência Nacional de Águas (ANA) anunciou nesta terça-feira, 24, que está avaliando a qualidade da água no Rio Tocantins, na área onde desabou a ponte Juscelino Kubitschek, entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). Essa medida se justifica devido à informação de que alguns dos caminhões que caíram no rio após a queda da ponte carregavam pesticidas e outros compostos químicos.

O foco das análises está no abastecimento de água a jusante (rio abaixo) a partir do local do acidente. A ANA, em conjunto com a Secretaria de Meio Ambiente do Maranhão, vai determinar os parâmetros básicos de qualidade da água e coletar amostras para as análises ambulatoriais. O objetivo é detectar os principais princípios ativos dos pesticidas potencialmente lançados na coluna d’água do rio Tocantins.

As notas fiscais dos caminhões envolvidos no desabamento apontam quantidades consideráveis de defensivos agrícolas e ácido sulfúrico na carga dos veículos acidentados. No entanto, ainda não há informações sobre o rompimento efetivo das embalagens, que, em função do acondicionamento da carga, podem ter permanecido intactas.

Devido à natureza tóxica das cargas, no domingo e segunda-feira, 23, não foi possível recorrer ao trabalho dos mergulhadores para as buscas submersas no rio. O Corpo de Bombeiros do Maranhão confirmou nesta terça-feira, 24, a morte de quatro pessoas (três mulheres e um homem) e o desaparecimento, até o momento, de 13 pessoas.

Sala de crise

Na quinta-feira, 26, está prevista a reunião da sala de crise para acompanhamento dos impactos sobre os usos múltiplos da água decorrentes do desabamento da ponte sobre o rio Tocantins. Além da própria ANA, outros órgãos participam da sala de crise, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e o Ministério da Saúde.

O Dnit está com técnicos no local avaliando a situação para descobrir as possíveis causas do acidente. Segundo o órgão, o desabamento foi resultado porque o vão central da ponte cedeu.

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