Licitação do Estado para abate de javalis em Ilhabela: proteção da biodiversidade e equilíbrio ambiental

Licitação do Estado prevê captura e abate de 200 javalis e javaporcos no Parque Estadual de Ilhabela

Segundo o edital, as técnicas não podem provocar maus-tratos aos animais, considerados de espécie exótica e sem predador natural no país.

Cerca de 200 javalis e javaporcos do Parque Estadual de Ilhabela, no Litoral Norte de São Paulo, devem ser abatidos. Isso porque a Fundação Florestal, da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), lançou um edital para contratar um serviço de monitoramento e controle desses animais. Segundo a pasta, o objetivo é realizar a captura e o abate desses animais, considerados de uma espécie exótica e invasora, que não têm predador natural – saiba mais abaixo.

Além de Ilhabela, o serviço deve contemplar as Estações Ecológicas de Angatuba, Barreiro Rico, Itirapina e Santa Bárbara. O preço proposto na licitação é de R$ 1,11 milhão e as propostas devem ser recebidas até o dia 23 de dezembro.

No pacote, Ilhabela é a cidade com o maior número de abates de javalis e javaporcos, com cerca de 200. Além disso, a estimativa da Semil é abater até 50 animais nas estações de Barreiro Rico, Angatuba e Santa Bárbara. Outros 30 devem ser abatidos em Itirapina. O javali-europeu, da espécie Sus scrofa, não tem predador natural, diferentemente da Europa, onde geralmente ursos se alimentam da espécie.

A Semil informou que os animais serão capturados com armadilhas formadas por redes ou cercados, colocando ceva de milho para atraí-los. Após a captura e o abate, as carcaças devem ser destinadas adequadamente.

A licitação prevê que as técnicas de captura e abate não podem provocar maus-tratos aos animais e devem ocorrer sem causar estresse e afugentamento da espécie. A empresa que vencer a licitação deve apresentar um plano de ação, que será analisado pela Fundação Florestal. A Fundação argumentou que o abate é necessário e que “o objetivo principal é minimizar os impactos gerados pelo avanço da espécie”, pois esses animais têm rápida reprodução e larga capacidade de dispersão.

“Os javalis e javaporcos são um problema, pelo fato de destruírem plantações e pela agressividade”, disse o biólogo Davi Nunes Veloso. “Essas espécies são consideradas a segunda maior ameaça à biodiversidade, atrás apenas das mudanças climáticas. Além de tudo, podem ser vetores de doenças e parasitoses, causando impactos à saúde, economia e recursos naturais”, acrescentou. O abate é a forma de controlar a expansão da espécie, mas é necessário ter cuidado para não abater espécies nativas por engano.

Portanto, a ação de captura e abate dos javalis e javaporcos no Parque Estadual de Ilhabela é crucial para o equilíbrio ambiental e a proteção da biodiversidade local. É fundamental que as técnicas empregadas garantam o bem-estar dos animais e evitem impactos negativos na fauna e flora da região. Com um trabalho conjunto entre poder público e especialistas, é possível manter o controle dessas espécies invasoras e preservar o ecossistema da área.

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Tradição de Natal: Família de Itapetininga prepara ravioli um mês antes.

Família do interior prepara prato principal do almoço de Natal com um mês de
antecedência

Em Itapetininga (SP), há 60 anos a família Mazzarino se reúne para celebrar o
almoço de Natal com uma receita tradicional da Itália: o ravioli. Mas, para dar
conta da quantidade a produção começa um mês antes.

Família de Itapetininga mantém tradição de Natal em almoço especial

Em Itapetininga (SP), o Natal tem um sabor especial na casa da família Mazzarino. Há mais de 60 anos, a ceia natalina é marcada pela tradição de preparar ravioli, um prato que une gerações e que começa a ser preparado em novembro, um mês antes do almoço tradicional do dia 25 de dezembro.

Maria Angela Mazzarino Adas, aposentada, relembra o início da tradição ao lado do pai. “Meu pai virava o cilindro e eu acompanhava tudo desde os meus sete anos. Era uma festa: conversa daqui, histórias antigas dali, uma bagunça boa, com todo mundo participando”, conta.

A confecção do prato começou a crescer junto com a família, como relembra Inez dos Santos Mazzarino de Oliveira, também aposentada. “No início, tudo era feito na véspera do Natal, com meu pai liderando os preparativos. Mesmo depois que ele e minha mãe se foram, seguimos com a tradição. Agora, é algo que une ainda mais nossa família.”

O prato, que veio da Itália, carrega a história da família. “O ravioli era comida de ceia de festa para minha avó. Minha mãe aprendeu com ela e passou o conhecimento para as noras. Hoje, ele representa nossa identidade familiar”, explica Maria Margarida Mazzarino.

Inicialmente, a receita era preparada apenas com recheio de carne moída. Mas, com o passar dos anos, a família adaptou o prato para atender todos os gostos. “Atualmente, temos uma opção de recheio de palmito para os veganos”, comenta Regina Mazzarino.

Paulo Roberto Mazzarino destaca a importância de envolver as novas gerações. “Antes, as crianças apenas observavam o preparo. Hoje, ensinamos para elas. Temos aqui cinco ou seis crianças que já estão aprendendo e levarão essa tradição adiante.”

O aumento no número de integrantes da família levou a uma mudança nos preparativos. Se antes o prato era feito na véspera, agora as quatro irmãs da família organizam tudo com antecedência, reunindo todos em novembro para preparar a massa e os recheios.

Para a família Mazzarino, o ravioli é mais do que um alimento. “Sem ele, não é Natal”, conclui Maria Margarida.

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