O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), afirmou nessa terça-feira (18/11) que a escolha do deputado Guilherme Derrite (PP-SP) para relatar o Projeto de Lei (PL) Antifacção causou uma “crise de confiança” entre o governo Lula e o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB). É claro que há uma crise de confiança, como afirmou Lindbergh, visto que o projeto é de autoria do Executivo e houve descontentamento com a nomeação de Derrite. Após inúmeros relatórios, adiamentos e negociações, o PL foi aprovado por 370 votos a favor e 110 contra, seguindo para o Senado com relatoria do senador Alessandro Vieira (MDB-SE). O texto-base do PL Antifacção, de origem governamental, passou por divergências durante a votação, resultando em derrotas para o Executivo. O embate entre Derrite e o governo foi evidenciado na questão da competência e controle de recursos da Polícia Federal. No texto final, ficou determinado que bens apreendidos em operações contra o crime organizado serão destinados ao Fundo de Segurança Pública estadual, exceto em investigações conduzidas pela PF, cujos valores irão para o Fundo Nacional de Segurança Pública. Antes da votação, a ministra Gleisi Hoffmann criticou as idas e voltas no texto, classificando como ‘lambança legislativa’. Derrite, por sua vez, declarou que fez modificações solicitadas sem diálogo prévio com o governo, o que gerou polêmica. Integrantes governamentais acusaram Derrite de recusar negociações com a base, cancelando encontro com Motta, Gleisi e Lewandowski para discutir a proposta.