O objetivo é apenas preparar o partido para o caso de Lula ser barrado
Setores influentes do PT estão fazendo pesquisas para o cenário político, no caso do ex-presidente Lula ser impedido de disputar as eleições. Condenado a 12 anos e um mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), o petista cumpre pena em Curitiba e quer se candidatar, porém pode ser barrado pela Lei da Ficha Limpa. Em todas as pequisas de intenção de votos, Lula segue liderando.
Os defensores das pesquisas dizem que o objetivo é apenas preparar o partido para o caso de Lula ser barrado e em hipótese alguma representaria algum tipo de questionamento à estratégia petista de manter a candidatura do ex-presidente até o fim. O argumento é saber qual é o perfil preferido pelos eleitores, testar nomes e a capacidade de transferência de votos do líder petista.
Apesar do esforço da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, de interditar o debate, as conversas sobre estratégias sem Lula na disputa eleitoral têm sido inevitáveis. Na última segunda-feira, o tema veio à tona em reunião de uma espécie de conselho político informal criado por Gleisi. Integram o grupo, membros da Executiva do PT e ex-ministros, como Franklin Martins, Fernando Haddad, Aloizio Mercadante e Paulo Vannuchi, e petistas históricos como Rui Falcão e José Genoino.
Um dos temas da reunião foi a escolha do vice na chapa petista. Na semana passada, Lula disse a governadores que deseja um vice de fora do PT. Com isso, o ex-presidente barrou o movimento de governadores petistas que defendiam um vice do partido, que, confirmado o impedimento de Lula, assumiria a cabeça de chapa.
Josué Gomes da Silva, filho do ex-vice-presidente José Alencar, é um dos nomes, mas está filiado ao PR, com aval do ex-presidente. Setores do PR apoiam a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) e o senador Magno Malta (PR-ES) chegou a ser sondado para vice.
(informações Agência Estado)