Líderes mundiais se reúnem em evento paralelo à ONU para discutir democracia e extremismo, sem convite aos EUA sob gestão Trump.

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Evento paralelo à Assembleia Geral da ONU, segunda edição da reunião tem líderes do Chile, Espanha, Colômbia e Uruguai. Com Trump no governo, Estados Unidos não foram convidados.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou nesta quarta-feira (24), em Nova York, de uma reunião com líderes de outros países para discutir a defesa da democracia e o combate ao extremismo.

> “O que me importa hoje é a gente responder para nós mesmos onde é que os democratas erraram? Onde é e o momento em que a esquerda errou? Por que nós permitimos que a extrema direita crescesse com a força que está crescendo? É virtude deles ou incompetência nossa?”, discursou o petista.

Brasil e os demais organizadores do evento decidiram não convidar os Estados Unidos, sob a gestão de Donald Trump.

Em 2024, ainda durante o governo de Joe Biden, o país foi convidado, apesar de não ter sido representado pelo então presidente.

Neste ano, no entanto, segundo auxiliares do governo, nenhum dos organizadores da reunião nem sequer cogitou convidar os EUA para participar — tampouco a administração do presidente Donald Trump demonstrou interesse.

Lula foi o segundo a se manifestar, após o presidente do Chile, Gabriel Boric, fazer o discurso de abertura. Na fala, o petista fez uma autocrítica enquanto presidente da República e representante da esquerda.

“Vamos responder para nós mesmos o que que nós deixamos de fazer para fortalecer a democracia. Onde é que nós erramos? O que eu fiz como presidente da República para fortalecer a organização popular e social? Porque, muitas vezes, a gente ganha as eleições com um discurso de esquerda e, quando a gente começa a governar, a gente atende muito mais os interesses dos nossos inimigos do que dos nossos amigos”, prosseguiu.

Lula então questionou as motivações por trás das decisões políticas.

> “Muitas vezes, a gente governa dando resposta ao que a imprensa publica sobre nós, à cobrança do mercado, à necessidade de contentar o mercado, à necessidade de contentar os adversários. E, muitas vezes, os nossos eleitores que foram para a rua, que apanharam, que foram achincalhados, são considerados por nós sectários e radicais. E a gente começa a não dar atenção a eles e dar atenção àqueles que falam bem da gente. Esse é o fracasso da democracia”.

“Antes da gente procurar a virtude do extremismo de direita, nós temos que procurar os erros que a democracia cometeu na relação com a sociedade civil. Como é que estamos exercendo a democracia no nosso país”, concluiu.

Esta é a segunda edição do encontro, realizado pela primeira vez em 2024, ambos em paralelo à Assembleia Geral da ONU. A reunião foi liderada por governos de esquerda, a exemplo do Brasil, mas a expectativa é reunir representantes de cerca de 30 países.

Entre os convidados estão:
– Gabriel Boric, presidente do Chile
– Pedro Sánchez, primeiro-ministro da Espanha
– Yamandú Orsi, presidente do Uruguai.
– Gustavo Petro, presidente da Colômbia.

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