Linchamento em Juiz de Fora: Justiça concede liberdade a suspeitos de participação no caso de catador de recicláveis inocente

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Suspeitos de participação em linchamento de catador de recicláveis têm liberdade
concedida pela Justiça

Elvis Cleiton da Silva Batista, de 38 anos, foi morto no dia 10 de janeiro, em
Juiz de Fora. Segundo a Polícia Civil, a vítima era inocente e não violentou uma
criança de 9 anos, como supunham os agressores.

Um homem foi espancado até a morte por populares em Juiz de Fora, em um caso que chocou a cidade. Foram soltos na quarta-feira (5) dois dos seis presos acusados de participação no linchamento do catador de recicláveis Elvis Cleiton da Silva Batista, de 38 anos, morto espancado com barra de ferro no dia 10 de janeiro no Bairro Santa Cecília, em Juiz de Fora, após ser acusado de estuprar uma menina de 9 anos.

Nesta semana, a apuração da Polícia Civil de Juiz de Fora concluiu que o homem
era inocente e descartou a acusação de abuso contra a criança. Ainda conforme a
polícia, a vítima era conhecida por todos no bairro, e não tinha histórico de
crimes violentos.

Até o momento, 13 pessoas que aparecem nas imagens foram identificadas. Dessas,
três são adolescentes e responderão por ato infracional análogo ao homicídio. Dos 10 adultos envolvidos, todos foram indiciados por tortura, incluindo a mãe da menina, o noivo e o sogro dela. Os dois estavam presos desde o dia 12 de janeiro e foram soltos nesta quarta. Já a mãe e outros três homens permanecem presos. Quatro estão foragidos.

INFORMAÇÕES FALSAS MOBILIZARAM OS AGRESSORES

O suposto crime de estupro foi apurado pela Delegacia Especializada de
Atendimento à Mulher e descartado. Ao que tudo indica, Elvis foi morto por causa de informações falsas espalhadas, inicialmente, pela mãe da menina, que rapidamente mobilizaram os agressores, segundo a delegada Alessandra Azalim, responsável pelo caso.

A delegada ressaltou, ainda, que a criança passou por exame de corpo delito posteriormente ao fato e não ficou constatado indícios de abuso sexual, apenas um arranhão no braço, que teria sido causado por um cachorro, segundo a própria criança. De acordo com a delegada responsável pela Delegacia Especializada de Homicídios, Camila Miller, alguns dos envolvidos disseram não saber exatamente o que o homem havia supostamente feito com a criança.

FAMÍLIA PEDE JUSTIÇA

Desde a morte de Elvis, a família defende que o rapaz era inocente. Em
entrevista à TV Integração, Maria Cecília da Silva, mãe dele, define o crime
como algo monstruoso. Eduardo Sávio, irmão da vítima, disse que Elvis era uma pessoa muito tranquila e brincalhona. Aparecida Maria da Silva, prima de Elvis, ressaltou que ele era uma pessoa alegre e que adorava música e momentos com os amigos.

DETALHES DO CRIME

Elvis Cleiton, de 38 anos, foi espancado até a morte na noite do dia 10 de
janeiro, no Bairro Santa Cecília, em Juiz de Fora. Os agressores disseram à polícia que ele teria estuprado uma criança de 9 anos. Elvis foi golpeado com uma barra de ferro, além de ser agredido com socos e pontapés. Ele chegou a ser socorrido com vida, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital. No atestado de óbito, consta que a causa da morte foi tórax instável e politrauma.

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