Bancos fictícios e carteiras de crédito falsas: entenda o que está por
trás da liquidação do Banco Master
O Banco Master, agora liquidado, já enfrentava riscos de falência devido ao
alto custo de captação e à exposição a investimentos considerados arriscados,
com taxas de juros muito acima do mercado convencional. A decisão do Banco Central
de liquidar a instituição e a prisão de Daniel Vorcaro, o dono do banco,
representam o desfecho de uma série de polêmicas que envolviam a instituição.
Tentativas de venda, como a proposta do Banco de Brasília (BRB), foram todas
interrompidas por questionamentos dos órgãos de controle, falta de
transparência, pressões políticas e menções em investigações. O Banco Master
surgiu como Máxima Corretora de Valores e Títulos Mobiliários em 1974, crescendo
e se transformando em um conglomerado financeiro ao longo dos anos.
No entanto, a oferta de produtos com rendimentos acima do mercado atraiu
milhares de investidores, gerando dúvidas sobre a saúde financeira do banco em
meados de 2022. O Banco Master começou a oferecer CDBs com remunerações
muito acima do padrão, sinalizando problemas pela necessidade de captar
dinheiro rapidamente após perder acesso a crédito barato de grandes instituições.
A qualidade dos ativos utilizados pelo banco foi questionada, indicando a
possibilidade de operações insustentáveis a longo prazo. As investigações
desencadeadas a partir de 2024 revelaram fraudes financeiras significativas,
como a fabricação de carteiras de crédito falsas. Essas práticas levaram à
prisão do presidente do Banco Master e de quatro diretores.
A liquidação do Banco Master implica a suspensão imediata de todas as operações,
o afastamento da diretoria e a nomeação de um liquidante pelo Banco Central. O
FGC é acionado para ressarcir correntistas e investidores dentro do limite de
R$ 250 mil por CPF ou CNPJ. Um processo de investigação é aberto para apurar as
causas da quebra e as possíveis irregularidades.
Os clientes do Banco Master devem aguardar orientações do liquidante para saber
como proceder com seus investimentos e obrigações. A suspensão de saques e
transferências, o congelamento de pagamentos e débitos, e a continuidade do
pagamento de empréstimos e financiamentos são algumas das mudanças imediatas.
A liquidação do Banco Master deixa muitos credores na expectativa de recebimento
pelo processo de massa falida. Enquanto isso, a responsabilidade por dívidas
continua, o FGC garante proteção até R$ 250 mil por CPF, e investimentos são
considerados até a data da decretação da liquidação. Essa situação ilustra os
riscos associados a práticas financeiras duvidosas e ressalta a importância da
transparência e solidez das instituições bancárias.




