Liverpool x Manchester United: Salah brilha enquanto visitante enfrenta má fase

Liverpool recebe United com Salah artilheiro e visitante em má fase

O Manchester United é a principal vítima do jogador egípcio Mohamed Salah, que vive fase goleadora no DE. O Dérbi do Merseyside se aproxima e o egípcio Mohamed Salah desponta como o principal candidato a protagonista do jogo. DE e Manchester United se enfrentam neste domingo (5/1), a partir das 13h30 (horário de Brasília), em Anfield, pela 20ª rodada da Premier League. Salah vive um bom momento, enquanto o United atravessa uma fase difícil.

O egípicio lidera a artilharia do Campeonato Inglês, com 17 gols em 18 partidas, pois o DE tem um jogo a menos em relação aos adversários. Ele é ainda o jogador com mais participações em gols em toda a Europa.

Salah está no DE desde 2017 e o Dérbi de Merseyside é o confronto em que mais fez gols na carreira. São 15 vezes que o egipcio balançou as redes em 17 partidas contra o United. No ano passado, por exemplo, o atleta comandou a vitória em Old Trafford por 3 x 0.

Enquanto Salah brilha, o United vive a amarga sequência de quatro derrotas seguidas, está em 14º lugar na Premier League e vê o rival isolar-se cada vez mais na liderança.

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A espetacularização da dor nas redes sociais: o preço da exposição e validação social

A banalização da dor e o preço da validação nas redes sociais

A cultura da espetacularização: tudo por uma curtida, tudo por uma visualização nas redes sociais
Vivemos em tempos nos quais as redes sociais, outrora ferramentas de conexão e expressão, transformaram-se em arenas de espetacularização da vida. No cenário atual, qualquer aspecto da experiência humana – por mais íntimo, trágico ou sagrado que seja – corre o risco de ser reduzido a conteúdo, enquadrado em molduras de engajamento. A recente exposição pública do feto expelido por Maíra Cardi após um aborto espontâneo, feita por Thiago Nigro, o “primo rico”, é um caso que escancara a profundidade dessa crise. Mais do que um fato isolado, o episódio reflete um sintoma de uma sociedade que, em busca de curtidas e visualizações, banaliza a dor e ressignifica a intimidade como espetáculo.

A decisão de compartilhar imagens tão íntimas e dolorosas revela a distorção dos limites éticos na lógica do “vale tudo” das redes sociais. Em uma sociedade hiperconectada, onde a validação externa se tornou uma moeda de troca emocional e social, a experiência do luto – um processo naturalmente íntimo e subjetivo – foi transformada em performance pública. O que antes era um espaço de resguardo e acolhimento, agora é vendido como narrativa motivacional ou inspiração para seguidores. Ao expor um feto expelido, a escolha de Nigro não apenas transformou um momento de dor em conteúdo, mas o inseriu em um ciclo que normaliza a espetacularização do trauma.

O problema não é apenas individual; é estrutural. Redes sociais, como Instagram e TikTok, alimentam e lucram com essa lógica. O algoritmo prioriza aquilo que provoca reação – seja ela de admiração, choque ou revolta. Emoções intensas geram engajamento, e engajamento gera lucro. Assim, situações como a de Nigro se tornam quase previsíveis em um ambiente onde a recompensa imediata, em forma de curtidas e seguidores, parece justificar qualquer transgressão. Porém, ao transformar tragédias pessoais em capital simbólico, o que realmente perdemos é a dimensão humana de nossa existência.

A espetacularização da intimidade não é neutra. Ela impacta diretamente a forma como nos relacionamos com o outro, com nós mesmos e com nossas próprias dores. Em vez de permitir que momentos de fragilidade humana sejam vividos com respeito e dignidade, a exposição midiática os transforma em conteúdos de consumo rápido. Neste caso, o corpo do feto – um símbolo de vulnerabilidade e perda – foi usado como ferramenta narrativa, instrumentalizado para reforçar uma ideia de superação e fé, enquanto a complexidade do luto foi eclipsada pela ânsia de engajamento.

Há ainda uma dimensão ética e social nesse episódio que não pode ser ignorada. A exibição de imagens como essas sem o devido cuidado dialoga com o embrutecimento das sensibilidades coletivas. Em uma era na qual o horror e a dor circulam livremente nas timelines, há um efeito colateral perigoso: a dessensibilização. Expor publicamente algo tão visceral contribui para banalizar a dor do outro, transformando-a em mero espetáculo. O respeito pelo luto e pela intimidade parece sucumbir à lógica da viralização.

Esse caso também levanta questões sobre as dinâmicas de poder e privilégio na construção dessas narrativas. A posição de figuras públicas como Thiago Nigro e Maíra Cardi garante que suas exposições alcancem milhões de pessoas, impactando o debate público sobre temas delicados como o aborto espontâneo. No entanto, ao optarem por uma abordagem centrada na autopromoção, perdem a oportunidade de usar suas plataformas para gerar empatia e conscientização genuína. Em vez disso, reforçam a lógica do marketing pessoal acima de qualquer valor humano.

O episódio exige reflexão urgente: qual é o limite? Até onde estamos dispostos a ir por curtidas, por relevância, por cliques? Em que momento a vida – com toda sua complexidade, dor e beleza – se tornou mero material bruto para alimentar o monstro insaciável das redes sociais? Estamos, como sociedade, adoecendo ao transformar nossa intimidade em moeda de troca, ao transformar momentos de vulnerabilidade em bens de consumo.

Não se trata de demonizar as redes sociais, mas de reconhecer que estamos perdendo nossa capacidade de discernir o que deve ser compartilhado e o que deve ser preservado. Na busca incessante por aprovação externa, o que deixamos para nós mesmos? A exposição do feto não é apenas um ato de insensibilidade; é um alerta sobre o caminho que estamos trilhando. Um caminho onde tudo – absolutamente tudo – pode ser transformado em conteúdo, desde que haja público para consumir.

Precisamos reavaliar a ética da exposição e retomar o respeito pelo íntimo, pelo humano. É urgente recuperar a dignidade do silêncio e do não compartilhamento, resgatando o valor do que não pode ser transformado em espetáculo. Enquanto continuarmos aplaudindo e consumindo episódios como esse, permaneceremos cúmplices de uma lógica que, no fundo, nos desumaniza a todos. Afinal, o que sobra de nossa humanidade quando tudo é conteúdo?

Eu sinto profundamente pelo aborto ocorrido. E sinto ainda mais pela exposição lamentável que transformou um momento de dor em espetáculo.

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