Lixo reciclável: Prefeitura cede áreas para cooperativas

A Prefeitura de Goiânia cedeu quatro áreas, que ao todo somam oito mil metros quadrados, para quatro cooperativas de catadores de materiais recicláveis, sendo três delas integrantes da Central das Cooperativas de Trabalho dos Catadores de Materiais Recicláveis Unidos Somos Mais Fortes (Uniforte), que integram o Programa Goiânia Coleta Seletiva. Nessas áreas cedidas pela administração municipal, as cooperativas vão construir galpões com recursos de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) entre as cooperativas e o Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), por meio do titular da 15ª Promotoria de Justiça de Goiânia, Juliano Barros Araújo.

Além das áreas de dois mil metros quadrados cada, que estão localizadas nos setores Barra da Tijuca, Chácara Recreio São Joaquim, Residencial Senador Albino Boaventura e Santos Dumont, a Prefeitura de Goiânia também disponibilizou às cooperativas o projeto arquitetônico para construção de quatro galpões para triagem de resíduos recicláveis, que serão construídos com um recurso de R$ 4 milhões, oriundos de TAC entre o MP-GO e um hipermercado de Goiânia. “O projeto arquitetônico dos galpões está passando por todas as exigências dos licenciamentos e também com viés sustentável”, disse o membro do Grupo de Trabalho da Coletiva Seletiva em Goiânia, Guilherme Gasel.

Conforme Gasel, o auxilio às cooperativas contempla pontos que são estabelecidos na Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que prevê a prevenção e a redução na geração de resíduos, tendo como proposta a prática de hábitos de consumo sustentável e um conjunto de instrumentos para propiciar o aumento da reciclagem e da reutilização dos resíduos sólidos. “As cooperativas exercem parte desse trabalho, gerando renda aos associados, contribuem com o meio, auxilia na diminuição do que vai para o Aterro Sanitário e também na quantidade de materiais que teriam a destinação incorreta, por isso o nosso apoio”, relatou.

As cooperativas contempladas com a área de mais de dois mil metros quadrados para construção de galpões são: a Cooperativa dos Catadores de Materiais Recicláveis Reciclamos e Amamos o Meio Ambiente (Cooper-Rama), localizada no Setor Chácara Recreio São Joaquim; a Cooperativa dos Catadores de Materiais Recicláveis Família Feliz (Cooperfami), do Setor Barra da Tijuca; Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis Ordem e Progresso (Acop), situada no Residencial Senador Albino Boaventura; ligadas à Uniforte. Além dessas, a Cooperativa de Trabalho dos Catadores de Materiais Recicláveis Fênix Carrossel, do Setor Santos Dumont também é beneficiada.

No ato da assinatura do TAC com o MP-GO, a presidente da Uniforte, Dulce Helena do Vale, disse que a disponibilização dos recursos das áreas e do projeto arquitetônico é o pontapé inicial para a melhor estruturação das cooperativas de catadores de Goiânia. “É uma vitória para os catadores, pois teremos galpões bem estruturados e totalmente equipados, o que possibilitará não somente melhores condições de trabalho, como trará visibilidade ao catador e possibilidade de mais parcerias”, afirmou.

Fonte: Agência Brasil

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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