Luiz Eduardo Gonçalves da Cunha, conhecido como Dudu, está atualmente detido de forma preventiva na penitenciária de segurança máxima Laércio da Costa Pellegrino, mais conhecida como Bangu 1. Ele é apontado como o “lobista do Comando Vermelho” e teve vínculos com o ex-deputado estadual TH Jóias, também preso por suspeita de envolvimento com o tráfico. Desde a operação que resultou na prisão de ambos no último mês, a defesa de Dudu tem tentado libertá-lo ou transferi-lo para outra unidade prisional. No entanto, um desembargador federal recentemente negou tal solicitação.
O desembargador justificou sua decisão afirmando que o custodiado não tem a opção de escolher para qual presídio ele será enviado enquanto estiver sob prisão preventiva. Além disso, a defesa reclama que está sendo cerceada, pois não consegue manter contato adequado com o detento. Eles pleiteavam encontros semanais com duração mínima de duas horas, além de autorização para se comunicarem com Luiz Eduardo conforme necessário. No entanto, as regras de visitação na penitenciária de Bangu 1 são mais rígidas, o que limita o acesso dos advogados.
O lobista do tráfico, como é descrito nas investigações da Polícia Federal, possui uma longa trajetória de envolvimento com o crime organizado. Ele é acusado de intermediar negociações ilícitas, incluindo a aquisição de armas para traficantes. Além disso, ele foi descrito como um elo entre os membros do Comando Vermelho e o público externo, executando diversas ações criminosas. Apesar de ter tido vínculos com o meio político, inclusive ocupando cargos no governo estadual, Dudu sempre flertou com o crime.
Em um episódio anterior, Dudu esteve envolvido em um escândalo onde foi flagrado com uma quantia significativa em dinheiro vivo, alegando inicialmente ser assessor de um político local. No entanto, as investigações posteriores revelaram que o dinheiro poderia ter origem ilícita. Além disso, ele é acusado de utilizar suas empresas como fachada para lavagem de dinheiro, movimentando milhões em transações suspeitas ao longo dos anos. Mesmo com essas acusações, ele tentou se reinventar no ramo da construção civil, atuando em licitações governamentais.
A complexa rede de influências e conexões de Dudu mostra como ele sabia manipular situações para seu benefício, mesmo que isso envolvesse mentiras e atividades criminosas. A investigação da Polícia Federal revelou diversas artimanhas dele, como simular ser autoridades para enganar traficantes rivais. Esses comportamentos ilustram a periculosidade e a astúcia desse indivíduo, que buscou se infiltrar em diversos círculos sociais para obter vantagens indevidas. A saga de Dudu reflete a intrincada relação entre crime e poder no cenário político do Rio de Janeiro.