O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) seria o responsável pelos atos golpistas do dia 8 de janeiro, em Brasília. O presidente disse ainda que Bolsonaro teria planejado a invasão aos três poderes para o dia 1º de janeiro, mas teria recuado. As afirmações foram feitas por Lula nesta terça-feira, 21, durante entrevista à TV 247, no Palácio do Planalto.
“Sobre aquela tentativa de golpe, eu acho que o Bolsonaro queria fazer aquilo no dia 1º, na minha cabeça o Bolsonaro tinha pensado aquilo para o dia 1º. Acontece que tinha muita gente e eles, então, resolveram recuar e fizeram aquilo no dia 8”, disse.
Ao ser questionado se o ex-mandatário deve ser preso, o petista respondeu que não cabe a ele falar sobre o assunto, mas que Bolsonaro deve ser julgado.
“Não é o presidente da República que determina se ele vai ser preso ou não. Tem muitos processos contra ele, eu quero que ele tenha presunção de inocência, que eu não tive, e se ele for julgado culpado que ele pague o preço da sua culpabilidade. Não cabe ao presidente da República dizer: Tem que prender fulano ou não. Fulano e Beltrano têm que ser julgado”, firmou.
Na mesma entrevista, Lula disse que não vai ficar “de biquinho” com as Forças Armadas.
“Eu, pela Constituição brasileira, sou o chefe supremo das Forças Armadas. Então, a Aeronáutica, a Marinha e o Exército obedecem a um comando do presidente da República. Eu faço questão de, naquilo que for necessário fazer, eu vou fazer. Eu não vou ficar de biquinho com as Forças Armadas”, frisou.
Investigação
Sobre a investigação de quadros militares que participaram da invasão e depredação de prédios públicos em 8 de janeiro, o petista defendeu a investigação pela Justiça civil, como tem sido defendido pelos próprios integrantes do Superior Tribunal Militar (STM).
“Todas aquelas pessoas que participaram da movimentação de 8 de janeiro, daquele golpe, vão ser punidas. E quem participou do golpe será punido pela Justiça civil, e não pela Justiça militar. O cidadão que inventou de quebrar coisa e ele é sargento, coronel, general, ele será punido pela Justiça”, disse Lula.
Lula reforçou ainda que pretende enviar ao Congresso uma proposta para que militares que queiram se candidatar a cargos públicos sigam para a reserva.
“O que não pode é ficar utilizando as Forças Armadas para fazer política”, concluiu.