Lula diz que Brasil vai aportar U$ 1 bilhão em fundo para preservar florestas tropicais
Iniciativa quer viabilizar pagamentos para países que garantam a conservação da mata nativa e fortalecer a manutenção das florestas em pé.
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta terça-feira que o Brasil vai aportar U$ 1 bilhão em um fundo para preservar florestas tropicais.
“O Brasil vai liderar pelo exemplo e se tornar o primeiro país a se comprometer com investimento no fundo, com 1 bilhão de dólares”, disse Lula em Nova York, nos Estados Unidos.
O presidente anunciou o investimento durante uma reunião sobre o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF).
O FUNDO PARA FLORESTAS
A iniciativa visa viabilizar pagamentos para países que garantam a conservação da mata nativa e fortalecer a manutenção das florestas em pé.
“As florestas tropicais são fundamentais para manter vivo o propósito de limitar o aquecimento global a 1,5°. O TFFF não é caridade, é um investimento na humanidade e no planeta contra a ameaça de devastação pelo caos climático”, disse Lula.
O tema vem sendo abordado por Lula desde a COP28, realizada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
Segundo o governo brasileiro, a expectativa é que as nações investidoras disponibilizem um aporte inicial de 25 bilhões de dólares. Com esta injeção, deve ser possível alavancar mais 100 bilhões de dólares do setor privado ao longo dos próximos anos.
Até o momento, além do Brasil, outros cinco países que possuem florestas tropicais integram a iniciativa: Colômbia, Gana, República Democrática do Congo, Indonésia e Malásia.
Além disso, cinco países potencialmente investidores também participam do processo de fundação do mecanismo, sendo eles: Alemanha, Emirados Árabes Unidos, França, Noruega e Reino Unido.
COMO VAI FUNCIONAR?
Os países com florestas tropicais que aderirem ao fundo deverão apresentar relatórios anuais que comprovem a conservação das florestas, com monitoramento via satélite.
A expectativa é que os países recebam US$ 4 por hectare preservado. Os repasses poderão ser cortados, caso seja constatado que houve desmatamento e degradação florestal, e os países beneficiários terão autonomia para definir o destino dos recursos.
Para participar, no entanto, os países devem ter sistemas de gestão financeira transparentes, e concordar em separar 20% dos recursos especificamente para povos indígenas e comunidades tradicionais.