O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará um pronunciamento em rede nacional neste domingo para anunciar a implementação da isenção do Imposto de Renda para aqueles que ganham até R$ 5 mil por mês. Essa medida foi sancionada recentemente como uma das marcas sociais de sua candidatura em 2022 e era um dos compromissos mais cobrados desde o início do terceiro mandado. O pronunciamento, que terá cerca de seis minutos, foi gravado na sexta-feira no Palácio do Planalto.

A decisão de levar o anúncio à televisão em cadeia nacional não foi apenas uma formalidade, mas uma tentativa do governo de destacar a ampliação da faixa de isenção como um alívio imediato para pelo menos dez milhões de brasileiros. Esse movimento acontece em um momento de distanciamento entre o Planalto e o Congresso, evidenciado pela ausência dos presidentes da Câmara e do Senado na cerimônia de sanção da lei que elevou a faixa de isenção do IR. Dentro do governo, esse gesto foi interpretado como um recado político, reforçando a importância de comunicar diretamente as entregas de campanha ao público.

Os auxiliares de Lula têm destacado a importância de cumprir esse compromisso para reforçar a narrativa de corrigir injustiças na estrutura tributária. Nas últimas semanas, a comunicação do Planalto passou a tratar a medida como parte de uma agenda mais ampla de justiça tributária, combinando a desoneração para quem ganha menos com o aumento da cobrança sobre rendas mais altas. Alinhado a isso, a isenção do IR será parte do pacote chamado internamente de “Taxação BBB”, que propõe aumentar a tributação sobre bilionários, bancos e plataformas de apostas.

No pronunciamento, é esperado que Lula retome seu discurso de 2022, criticando o congelamento da tabela do IR por quase uma década e destacando que os trabalhadores estavam pagando mais impostos devido à inflação, mesmo sem aumento salarial. A nova calibragem prevê três faixas principais de tributação, beneficiando os que ganham até R$ 5 mil com isenção, oferecendo descontos para quem ganha até R$ 7.350 e estabelecendo uma alíquota mínima de até 10% para contribuintes de alta renda, com ganhos superiores a R$ 600 mil anuais. Esse cálculo leva em consideração diferentes tipos de rendimentos para garantir uma tributação mais justa para todos os brasileiros.