O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está avaliando a possibilidade de vetar o projeto da dosimetria aprovado na Câmara dos Deputados, que visa a redução das penas de Jair Bolsonaro e outros envolvidos nos atos golpistas. De acordo com aliados do presidente ouvidos pela Folha de S.Paulo, a tendência é que Lula vete o projeto de forma integral. Além disso, os aliados citam como argumento a favor do veto o fato de que o projeto não beneficia apenas os condenados pelos atos do dia 8 de janeiro, mas também outros criminosos.
Apesar da disposição de Lula em barrar o projeto por completo, seus aliados recomendam cautela ao presidente. Alguns deles sugerem aguardar a manifestação do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre o tema antes de tomar uma decisão definitiva. Outro ponto de preocupação é o histórico recente de vitórias do Executivo no Congresso, o que inclui a aprovação de projetos de interesse do governo, e o receio de causar descontentamento ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que está em negociações a respeito da indicação de Jorge Messias para o STF.
Em um evento com prefeitos e governadores, Lula minimizou os acontecimentos na noite anterior, que incluíram a expulsão violenta do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) da presidência da Casa e a censura a jornalistas presentes na Câmara. O presidente afirmou estar tranquilo com os eventos, destacando que essas divergências são normais em uma democracia. Segundo ele, o país está passando por mudanças positivas. Paralelamente, a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, buscou ministros e dirigentes partidários para questioná-los sobre o voto de seus aliados a favor do projeto da dosimetria, aprovado durante a madrugada.




