O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comparou a ação israelenses na Faixa de Gaza ao extermínio de judeus pelos nazistas, chefiados por Adolf Hitler, durante a Segunda Guerra Mundial. O político denominou toda a situação como “genocídio” e “chacina”.
“O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu: quando Hitler resolveu matar os judeus”, disse Lula.
Lula fez a afirmação após ser questionado sobre a decisão de alguns países de suspender repasses financeiros à agência da Organização das Nações Unidas (ONU) que dá assistência a refugiados palestinos, a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA).
Israel recentemente afirmou que funcionários da UNRWA estavam envolvidos em atividades terroristas do Hamas, levando a suspensão de auxílio por parte de governos ocidentais.
Lula declarou que, caso haja um “erro” na UNRWA, os responsáveis devem ser investigados, porém ressaltou que a ajuda humanitária não deve ser suspensa. Recentemente, o governo brasileiro anunciou que irá fornecer auxílio à agência.
“Eu fico imaginando qual é o tamanho da consciência política dessa gente. E qual é o tamanho do coração solidário dessa gente que não está vendo que, na Faixa de Gaza, não tá acontecendo uma guerra, mas um genocídio. Não é uma guerra entre soldados e soldados. É uma guerra entre um exército altamente preparado e mulheres e crianças”, disse Lula.
O presidente reiterou o apoio à criação de um Estado palestino “pleno e soberano”. Além disso, defendeu a reforma do Conselho de Segurança da ONU, propondo o fim do poder de veto dos países com assento permanente. Lula argumentou que o conselho tem falhado em mediar conflitos e promover a paz entre nações em guerra.
Na entrevista, Lula falou que o Brasil condena o grupo terrorista Hamas, mas é “solidário” ao povo palestino. “O Brasil condena o Hamas, mas o Brasil não pode deixar de condenar o que Israel está fazendo na Faixa de Gaza”, concluiu.
Lula fez essas declarações durante uma entrevista em Adis Abeba, na Etiópia. Ele estava na cidade nos últimos dias para participar da 37ª Cúpula da União Africana e para realizar reuniões bilaterais com chefes de Estado do continente.
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