Em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar, no SBT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou sua intenção de concorrer nas próximas eleições.
“Na situação que está agora, eu serei candidato. Eu agora quero ser candidato”, disse o petista.
“Sem nenhuma falta de modéstia: as pessoas sabem que eu sei, as pessoas sabem o que eu fiz, e as pessoas sabem que eu tenho condições de consertar este país”, afirmou.
“Para começar a consertar esse país, nós precisamos temos de fazer com que o povo vol volte a ter confiança nele próprio. E segundo, precisamos fazer com que o governo volte a ter credibilidade. E para ter credibilidade é preciso alguém ser eleito democraticamente pelo povo”, completou.
Lula, cujo governo foi marcado pelo aumento de renda do brasileiro e pela criação de uma série de medidas de inclusão da população mais pobre, como o Bolsa Família e o Pro-Uni, ressaltou a necessidade de se olhar também para os menos favorecidos.
“Eu digo para todo mundo: para resolver os problemas, é preciso incluir o pobre. E não fazer o que estão fazendo, jogando a culpa para cima dos pobres”, disse Lula.
Em outro momento da entrevista, Lula disse que não teme que uma eventual condenação o impeça de concorrer à Presidência.
“Eu vou ter condições jurídicas para ser candidato. Não há razão nenhuma razão jurídica para evitar que eu seja candidato”, completou Lula, dizendo ter convicção de sua inocência.
Nicolás Maduro assume seu terceiro mandato na Venezuela em meio a críticas
Em meio às pressões externas e internas, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, deve assumir, nesta sexta-feira, 10, seu terceiro mandato à frente do Palácio de Miraflores, em Caracas, onde promete ficar até, pelo menos, o dia 10 de janeiro de 2031.
A posse de Maduro ocorre em meio à condenação das potências ocidentais, como União Europeia, Estados Unidos e Canadá, e diversos governos regionais, como Argentina e Chile, que acusam o governo de fraudar as eleições presidenciais de 28 de julho de 2024.
Mesmo governos mais próximos de Caracas, como Colômbia e Brasil, criticam que a eleição passada não foi transparente porque não foram divulgados todos os dados eleitorais. Mesmo assim, devem enviar representante diplomáticos à posse. O governo mexicano informou que não se envolve com questões internas do país sul-americano e também enviará um representante.
Segundo o governo venezuelano, cerca de 2 mil convidados internacionais, entre representantes de governos, movimentos sociais e culturais, devem participar da posse de Maduro, marcada para as 13h desta sexta-feira, 10, no horário de Brasília.
Na quinta-feira (9), manifestações opositoras foram registradas em várias cidades do país, incluindo Caracas, com a presença da principal liderança de oposição, a ex-deputada Maria Corina Machado, pedindo que Edmundo González assuma no lugar de maduro.
A notícia, depois desmentida, da prisão de María Corina Machado após os atos, serviu para dar ainda mais dramaticidade ao momento político venezuelano.
O candidato adversário Edmundo González, que alega ter vencido as últimas eleições, comemorou os protestos de ontem em uma rede social: “hoje, mais uma vez, o povo venezuelano sairá às ruas para exigir respeito à vontade expressa nas eleições de 28 de julho. Unidos, alcançaremos a Venezuela livre e pacífica que merecemos. Não estamos sozinhos!”
Um ato pró-governo também foi registrado em Caracas ontem. Nesta sexta, a expectativa é de que as forças chavistas acompanhem a posse de Maduro em diversas cidades do país para reforçar o apoio à chamada Revolução Bolivariana, processo político iniciado em 1999, com o primeiro governo de Hugo Chávez.
Reforma
Como primeira medida do novo mandato, o presidente Nicolás Maduro deve editar decreto para criar uma comissão com o objetivo de elaborar uma reforma constitucional para, em suas palavras, consolidar “a soberania popular” com a construção de um novo modelo de Estado, então chamado de “Estado comunal”, projeto inicialmente idealizado pelo ex-presidente Hugo Chávez.
“O objetivo da Reforma Constitucional é definir com claridade o modelo de desenvolvimento venezuelano para os próximos 30 anos, e democratizar até o infinito a vida política e social da Venezuela. Transformar esse Estado em verdadeiramente democrático de e para o povo, que consiga a harmonia e a unificação da Venezuela em torno de um projeto comum, de consenso”, explicou Maduro.
A reforma deve ser debatida na Assembleia Nacional do país, de maioria chavista, com um referendo popular convocado para confirmar as mudanças até o final do ano, segundo previsão de Maduro. Além do referendo previsto, a Venezuela terá eleições regionais, para estados e municípios, e para a Assembleia Nacional em 2025, mas a data exata ainda não foi divulgada.