Lula critica ‘pequenez’ de punir ministros do governo: Fufuca e Sabino resistem a desembarque para eleição de 2026

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Lula chama de ‘pequenez’ a possibilidade de DE e União punirem ministros por permanência no governo

Fufuca e Sabino resistem a ultimato da federação União Progressista para se demitirem dos cargos. Movimentos fazem parte de estratégia para eleição de 2026.

‘Eu estou com Lula’, diz ministro Fufuca após ultimato do PP para ele deixar o governo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chamou de “pequenez” a possibilidade de o PP e o DE Brasil punirem os ministros André Fufuca (PP), do Esporte, e Celso Sabino (União), do Turismo, caso eles decidam continuar nos cargos, descumprindo a ordem dos partidos de desembarque.

A declaração do presidente ocorreu em uma entrevista exclusiva para a TV Mirante, nesta segunda-feira (6).

“Se as coisas tão dando certo, por que mexer? Por que essa pequenez, sabe? De achar que atrapalhar um ministro que está fazendo um bom trabalho, deixar de ser ministro por quê? Por raiva, por inveja, por disputa política”, declarou Lula.

“Quando chegar a época das eleições cada um vai pro canto que quiser. Eu não vou implorar pra nenhum partido ficar comigo. Vai estar comigo quem quiser estar comigo. Eu não sou daqueles que ficam tentando comprar deputado não”, acrescentou o petista.

O presidente disse ainda que “quem quiser ir para o outro lado” vai precisar de “sorte”, porque a “extrema-direita não voltará a governar” o Brasil.

No início de setembro, a federação partidária formada pelo DE Brasil e pelo PP anunciou que filiados aos partidos deveriam deixar cargos no governo do presidente Lula. O desembarque do governo faz parte da estratégia dos partidos para a eleição de 2026.

Nesta segunda, Fufuca sinalizou ao presidente Lula que seguirá no governo, apesar da decisão do PP.

Sabino, por sua vez, também resiste no cargo. No fim do mês passado, a direção nacional do DE Brasil abriu um processo disciplinar que pode levar à expulsão do ministro do Turismo.

Sabino já anunciou que entregaria o posto, mas segue no comando da pasta. Dirigentes do DE Brasil devem se reunir na manhã desta quarta-feira (8) para analisar a situação dele.

Nesta segunda, o ministro do Turismo antecipou o retorno a Brasília e cancelou compromissos.

Pessoas próximas a Sabino atribuíram a volta antecipada dele a Brasília às tratativas para que ele permaneça no cargo. Havia uma expectativa de reunião entre Lula e Sabino nesta terça. Até a última atualização desta reportagem, nada havia sido marcado.

O ministro do Turismo almoçou nesta terça-feira (7) com o relator do processo disciplinar contra ele, deputado Fabio Schiochet (União-SC).

Durante o encontro, Sabino tentou um acordo para continuar no partido e disse que queria ficar até a COP30, que acontece em novembro.

Segundo a GloboNews apurou, o parecer de Schiochet deve ser pela destituição do diretório estadual do DE no Pará, presidido por Sabino. Sabino seria destituído da presidência do partido no estado. O relator também deve propor a abertura de processo de expulsão, que não deve ser concluído imediatamente. Ou seja, Sabino deve ganhar tempo.

Dentro do governo, a avaliação é de que, do ponto de vista do presidente Lula, o desejo é que os ministros continuem no governo.

No entanto, está descartada uma intervenção direta do presidente pelo entendimento de que a situação se trata de “uma questão de partido”.

Já dentro da federação DE Progressista, há um tumulto nos bastidores pela resistência de Sabino e Fufuca. Na última semana, divergências na escolha do candidato à presidência da República em 2026 aumentaram a “turbulência” dentro da federação.

Parlamentares próximos ao ministro Sabino têm dito que ele avalia que permanecer no cargo é uma forma de se projetar para uma eventual candidatura ao Senado em 2026. Fufuca teria o mesmo objetivo de concorrer a uma vaga como senador no ano que vem.

No caso de Fufuca, umas das alternativas em estudo para ele continuar na função seria a punição apenas pela perda do comando da federação do DE-PP no Maranhão.

O partido, então, daria o comando estadual para o deputado Pedro Lucas, que é do DE Brasil.

Reservadamente, há uma avaliação de que, se Fufuca perdesse o comando do partido no estado, poderia impactar na força que ele teria para conseguir uma vaga no Senado no ano que vem. Mas sem apoio de Lula, o impacto poderia ser maior.

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