Lula criticou a postura de Trump, descrevendo-a como ‘inaceitável’ e um ‘desaforo muito grande’. Em entrevista ao Jornal Nacional, o presidente demonstrou sua insatisfação com a decisão do presidente dos EUA de taxar produtos brasileiros em 50%, considerando-a “inadmissível”. Ele afirmou que, caso a medida se confirme, o Brasil buscará auxílio da Organização Mundial do Comércio (OMC) e está disposto a usar a reciprocidade como forma de resposta.
Ao mencionar a vinculação do aumento de impostos a questões judiciais brasileiras, Lula destacou que tal atitude é inaceitável, pois fere os princípios de justiça e direitos de quem é vítima. Ele enfatizou que o país não pretende entrar em conflitos, mas sim negociar respeitosamente, buscando a solução por meio da OMC e da reciprocidade prevista em lei.
A Lei da Reciprocidade, sancionada pelo próprio Lula em abril, permite ao governo brasileiro adotar medidas de retaliação contra países ou blocos econômicos que imponham barreiras comerciais, legais ou políticas ao Brasil. O presidente ressaltou a importância dessa legislação como forma de defesa dos interesses nacionais e da soberania brasileira.
Diante da situação, Lula afirmou que pretende se reunir com empresários ligados às exportações para os EUA, buscando uma reação conjunta. Ele ressaltou a necessidade de respeito ao Brasil no cenário internacional e garantiu que o país utilizará a Lei da Reciprocidade quando necessário, buscando resolver a questão por meio de diálogo e negociações.
Quanto à relação com Trump, Lula mencionou a falta de proximidade com o presidente americano, destacando a postura do líder dos EUA durante a Cúpula do G7 no Canadá. Ele criticou a maneira como a decisão de taxar produtos brasileiros foi comunicada e reforçou a posição brasileira de não aceitar desrespeitos em relações de Estado.
Apesar das divergências, Lula não descartou a possibilidade de tentar contato direto com Trump, caso necessário. Reforçou ainda a relevância e soberania do grupo BRICS, minimizando eventuais influências políticas externas. O presidente brasileiro enfatizou a importância de informações precisas nas relações internacionais e manifestou a disposição do Brasil em buscar respeito e diálogo no cenário global.