Lula da Silva: Megaoperação no Rio de Janeiro não tinha ordem de matança

epa12502946 Brazilian President Luiz Inacio Lula da Silva (C) speaks during an interview with journalists from international news agencies ahead of the COP30 Climate Summit, at the Belem Naval Base, Brazil, 04 November 2025. Lula da Silva expressed his confidence that US President Trump will eventually realize that 'there is no alternative' to the energy transition. The COP30 takes place from 10 to 21 November 2025.  EPA/Sebastiao Moreira

O presidente brasileiro afirmou que a megaoperação no Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho não tinha uma ordem de matança, mas de prisão, e que é necessário uma investigação para apurar eventuais falhas. A dois dias da cimeira de líderes que antecede a Conferência das Nações Unidas para o Clima (COP30) na cidade amazónica de Belém, o chefe de Estado brasileiro, durante uma entrevista com seis agências internacionais, entre as quais a Lusa, destacou que a decisão do juiz para que autorizou a megaoperação era uma ordem de prisão. Lula da Silva enfatizou que é importante averiguar qualquer tipo de falha ou elemento mais delicado da operação de 28 de outubro que resultou em pelo menos 121 mortes. Ele ressaltou que a operação, do ponto de vista da quantidade de mortes, pode ser considerada um sucesso, mas, do ponto de vista da ação do Estado, foi desastrosa. O presidente destacou a necessidade de realizar uma investigação para entender as circunstâncias da operação e também reforçou o empenho do governo federal e dos estados em combater as facções criminosas presentes em São Paulo, Rio de Janeiro e em todo o Brasil. Lula da Silva lembrou que recentemente promulgou uma lei anti-facção que aumenta as penas de prisão para os membros dessas organizações criminosas. Os complexos de favelas da Penha e do Alemão, onde vivem cerca de 200 mil pessoas, foram cenário da operação policial mais letal da história do Brasil na semana passada. Até o momento, o governo do Rio de Janeiro confirmou 121 mortos, enquanto a Defensoria Pública afirma que o número de vítimas chega a 132. Tanto o governador do Rio, Cláudio Castro, quanto as forças de segurança estaduais, consideraram a operação um sucesso, com apenas quatro mortes, todas de agentes policiais. A Secretaria de Segurança Pública do Rio divulgou um relatório inicial indicando que a maioria dos mortos tinha antecedentes criminais graves, como tráfico de drogas e homicídios, e informou também que 133 pessoas foram detidas, e mais de 90 espingardas automáticas foram apreendidas.

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