Lula defende Auxílio Brasil com valor de R$ 600: “O povo merece”

Lula

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva diz que não se importa com o aumento dos auxílios à população mais carente vier em ano eleitoral. De acordo com ele, tanto o Auxílio Brasil, que irá substituir o Bolsa Família, quando o Auxílio Emergencial deveriam ser de R$ 600. As declarações foram feitas nesta quarta-feira (20), durante entrevista à rádio A Tarde, de Salvado (BA).

“Estou vendo agora que (o presidente Jair) Bolsonaro vai dar um auxílio emergencial de R$ 400 que vai durar até o final do ano que vem. Muita gente diz que a gente não pode aceitar porque é um auxílio emergencial eleitoral. Não, não penso assim. […] Ele vai tentar tirar proveito disso? É problema dele. Se alguém acha que vai ganhar o povo porque vai dar um auxílio emergencial de R$ 600, paciência. Eu acho que o povo merece os R$ 600 e acho que ele tem que dar e nós já reivindicamos isso”, disse o ex-presidente.

Lula ainda destacou que a bancada do PT na Câmara Federal pediu aumentos no auxílio há mais de cinco meses. “O PT pediu e mandou uma proposta para a Câmara dos Deputados de um novo Bolsa Família de R$ 600. Então, o que nós queremos é que Bolsonaro dê um auxílio emergencial de R$ 600 ao povo”, reforçou.

Auxílio Brasil

Pronto para ser anunciado nesta terça-feira (19), o governo acabou adiando o anúncio do novo Bolsa Família que estava previsto.

O valor do Auxílio Brasil seria de R$ 400 por mês para cerca de 17 milhões de famílias. São 3 milhões de família a mais do que os beneficiados pelo atual Bolsa Família, que paga a média de um benefício mensal de R$ 189.

A ideia do Palácio do Planalto era começar o pagamento ainda esse mês, após o fim do pagamento da última parcela do Auxílio Emergencial.

O lançamento do programa não entrou na agenda oficial do Planalto, mas o cerimonial foi montado no Palácio para o anúncio e as autoridades foram convidadas. Meia hora antes do horário marcado, os convidados foram informados de que o evento estava cancelado.

Enquanto isso, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) estava em seu gabinete reunido com o ministro da Economia, Paulo Guedes, que resiste com à ideia de que parte do auxílio seja pago com recursos fora do teto de gastos.

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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