Lula diz que Bolsonaro é um ”psicopata”

O ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, concedeu um entrevista ao jornal britânico ”The Guardian”, publicada nesta sexta-feira (21). Durante a entrevista, Lula disse que as eleições de 22 poderão ser o momento para ”O Brasil ser resgatado depois de ser transformado em um pária global atingido pela Covid por seu ‘psicopata’ presidente Jair Bolsonaro”.

O ex-presidente disse que o surto causado pela Covid-19 no Brasil e a crise socioeconômica significam que ainda está muito cedo para lançar sua sexta campanha presidencial desde 1989. Mas afirmou que tem vontade e experiência para liderar a ”recuperação” do Brasil após danos causados pela ”incompetência” de Bolsonaro, e o faria, caso seu partido e eleitores quisessem.

Mais uma vez o petista reforçou que Bolsonaro esta ligado às 444 mil mortes causadas pela pandemia da Covid-19. ”Ele poderia ter evitado metade dessas mortes”, diz.

Sobre os últimos ataques de Bolsonaro contra ele, o político respondeu que “nos últimos dois ou três anos, Bolsonaro quase não pronunciou meu nome porque pensava que eu estava fora do jogo – e agora de repente ele percebe que estou segurando todas as melhores cartas e se isso fosse pôquer ele já teria perdido”.

Lula declarou ainda que está em forma e fazendo atividades física, se preparando para maratona que se aproxima.

”Assim que o nosso partido tiver seu candidato e estivermos em campanha, quero viajar pelo Brasil, visitar todos os estados, fazer debates, conversar com o povo, visitar as favelas, os recicladores, as pessoas LGBT … Quero falar com a sociedade brasileira para poder dizer: ‘É possível construirmos um novo país … É possível fazer esse país feliz novamente.”

Em recentes pesquisar sobre intenção de votos para 2022, Lula aparece na frente do atual presidente, Jair Bolsonaro, em todos os cenários. De acordo com a última pesquisa feita pelo Datafolha, em um suposto segundo turno, Lula detém de 55% de intenções de votos enquanto Bolsonaro levaria 32%.

 

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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