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Lula diz que é motivo de “orgulho” ser chamado de comunista

Última atualização 30/06/2023 | 11:19

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou, nesta quinta-feira, 29, na abertura do 26º Encontro do Foro de São Paulo, em Brasília. Em seu discurso, entre outras declarações, disse que é motivo de “orgulho” ser chamado de “comunista”. Ofensa seria, disse Lula, ser nomeado como nazista, neofascista ou terrorista.

“Vocês sabem quantas vezes nós somos acusados. Vocês sabem quanta difamação e quantos ataques pejorativos se faz contra a esquerda na América do Sul. Nós não somos vistos pela extrema-direita fascista, nem do Brasil, nem do mundo, como organizações democráticas”, disse. “Eles nos tratam como se nós fôssemos terroristas. Eles nos acusam de comunistas, como se nós ficássemos ofendidos com isso”.

O presidente brasileiro acrescentou: “Nós ficaríamos ofendidos se nos chamasse de nazista, neofascista, de terrorista. Mas, de comunista, de socialista, nunca. Isso não nos ofende. Isso nos orgulha muitas vezes. E, muitas vezes, nós sabemos que merecemos isso”.

Lula também comentou que a América Latina e, principalmente, a América do Sul viveu seu melhor momento, em 500 anos, entre 2002 e 2010, com políticos de esquerda no poder. Entre os quais, Hugo Chávez na Venezuela. “Eu não creio que tenha havido um outro momento histórico em que a sociedade da América do Sul e da América Latina teve tantas conquistas e tantas políticas de inclusão social como tiverem nesse período de 2000 a 2010, 2012, até 2015, quando fizeram o impeachment da Dilma”, continua.

Entretanto, o presidente da República pediu uma autocrítica e reflexão da esquerda sul-americana sobre os erros cometidos nos últimos anos. “Eu sei o quanto foi triste ter a companheira Dilma Rousseff impeachmada aqui nesse país”, disse, entre outras declarações. “Ao invés de ficarmos lamentando, temos que tirar lições. Onde é que nós erramos? O que nós não conseguimos fazer? Por que aconteceu tal coisa conosco?”, questionou.

História

Formado por partidos e movimentos sociais de esquerda da América Latina, o encontro segue até domingo, 2, depois de três anos sem encontros, por causa da pandemia da Covid-19. O 26º encontro do movimento composto por partidos e movimentos sociais de esquerda é realizado em Brasília para viabilizar a participação de Lula.

A edição tem como tema: “Integração regional para avançar a soberania latino-americana e caribenha”. A integração entre países da América Latina, situação da política brasileira, anti-imperialismo redes sociais e fake news serão alguns dos temas debatidos.

O Foro de São Paulo foi fundado em 1990 por Lula e pelo ex-presidente de Cuba Fidel Castro no contexto da queda do Muro de Berlim e da reorganização geopolítica mundial com o início do enfraquecimento do comunismo na Europa. O grupo tinha como objetivo traçar caminhos para a esquerda na América Latine e Caribe.