Lula investe em novos negócios na África com presidente da Nigéria no Planalto

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Em busca de novos negócios na África, Lula tem reunião com presidente da Nigéria no Planalto

Bola Ahmed Tinubu faz visita de Estado ao Brasil e, à tarde, participa de fórum empresarial ao lado de Alckmin. Nigéria é o maior mercado do continente africano.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu na manhã desta segunda-feira (25), no Palácio do Planalto, o presidente da Nigéria, Bola Ahmed Tinubu, que faz uma visita de Estado ao Brasil.

A agenda com Tinubu faz parte da estratégia de Lula de retomar a aproximação com países africanos, aposta que ganhou importância diante do tarifaço para entrada de produtos brasileiros nos EUA.

O Brasil foi sobretaxado em 50% pelo presidente americano, Donald Trump, enquanto a Nigéria está com a tarifa em 15%.

Lula articula resposta conjunta com Brics ao tarifaço

A Nigéria é o país com maior economia e população do continente africano. Em 2024, o comércio com o Brasil somou US$ 2 bilhões. O governo brasileiro acredita que é possível ampliar essa corrente comercial.

No ano passado, as exportações brasileiras para a Nigéria alcançaram US$ 978,5 milhões com envio de produtos como açúcares e melaços (74%), álcoois e derivados (5,7%) e outros itens da indústria de transformação e agrícola.

Já as importações do Brasil da Nigéria bateram US$ 1,1 bilhão, incluindo adubos e fertilizantes (48%), óleos combustíveis e petróleo bruto (48%), gás natural (2,3%) e outros produtos da indústria de transformação.

Lula discute ampliação do intercâmbio comercial com o presidente da Nigéria, Bola Ahmed Tinubu, na Cúpula do Brics

APROXIMAÇÃO COM A ÁFRICA

Lula e Tinubu se reuniram em julho, no Rio de Janeiro, à margem da cúpula do Brics. A Nigéria é um dos dez países parceiros do grupo, alvo de críticas do governo dos EUA.

Na ocasião, os dois presidentes destacaram a intenção de ampliar os negócios entre os países. Tinubo, à época, demostrou interesse em estabelecer cooperação para aumentar a produtividade do setor agropecuário e citou a Embrapa como referência em pesquisa e inovação agrícola.

Também em julho, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, liderou uma missão empresarial à Nigéria, a fim de captar parcerias econômicas.

Alckmin, que coordena o comitê de resposta ao tarifaço, estará novamente com Tinubu na tarde desta segunda, no encerramento de um fórum empresarial Brasil-Nigéria, organizado em parceria pelos governos brasileiro e nigeriano e o Sebrae.

BUSCA POR NOVOS MERCADOS

Desde 6 de agosto, uma série de produtos brasileiros, como carne, café e máquinas, pagam 50% de sobretaxa para entrar nos EUA.

O Planalto considera a negociação com os EUA travada, já que Trump exige o término dos processos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe.

Para socorrer as empresas afetadas, o governo brasileiro definiu uma série de medidas, como linhas de crédito e adiamento do pagamento de impostos. Em outra frente, busca novos mercados pelo mundo.

Nessa estratégia, Lula conversou por telefone com os presidentes da China, Xi Jinping, e da França, Emmanuel Macron, além do primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi.

Lula também planeja uma viagem à Indonésia e Malásia em outubro e tem recebido chefes de Estado em Brasília.

Além de Tinubo, esteve com o presidente do Equador, Daniel Noboa, e terá reunião na quinta-feira (8) com o presidente do Panamá, José Raúl Molino.

As visitas começaram a ser negociadas antes do tarifaço, mas já em um cenário que antevia a guerra comercial iniciada pelo governo norte-americano.

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