O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez uma ligação para o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), no sábado (8), para expressar seu descontentamento com a indicação do deputado Guilherme Derrite (PP-SP) como relator da proposta da Lei Antifacção enviada ao Congresso pelo governo. O blog de Valdo Cruz publicou a informação, que foi confirmada por auxiliares de Motta, de acordo com o jornal O Globo. Lula revelou sua insatisfação com a escolha de Derrite, aliado do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e licenciado do cargo de secretário de Segurança Pública de São Paulo, defendendo a necessidade de um relator mais neutro diante da polarização política sobre segurança pública. Motta garantiu que a relatoria do projeto será conduzida de maneira técnica e isenta de enviesamentos políticos, assegurando que o texto do governo não será modificado para incluir propostas que equiparam facções criminosas a organizações terroristas, um ponto sensível para o Planalto. A equiparação foi rejeitada por Lula, com o argumento de possíveis intervenções estrangeiras em nome do combate ao terrorismo. O presidente da Câmara enfatizou que a segurança pública é uma questão que transcende partidos políticos e é uma prioridade nacional, planejando a aprovação do projeto até o final do ano. Motta elogiou o trabalho de Derrite no relatório, destacando avanços do governo federal e a aplicação de penas mais severas contra o crime, visando uma união entre governo, Congresso e sociedade. O texto proposto por Derrite prevê punições mais rígidas, ampliação do confisco de bens e bloqueio imediato de recursos utilizados por facções criminosas, além de abordar o tratamento penal dessas organizações sem rotulá-las oficialmente como grupos terroristas. A Lei Antifacção é uma prioridade do governo no combate ao crime organizado, com o objetivo de manter a coesão com a política nacional de segurança sem gerar conflitos jurídicos ou diplomáticos.




