Em ligação, Lula e Trump não citam Bolsonaro nem Moraes; petista pediu retirada de sanções contra autoridades
Em telefonema com Trump, Lula pede fim do tarifaço e de sanções a autoridades
Fontes do governo que acompanharam o telefonema entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump nesta segunda-feira (6) relataram que os líderes não citaram na conversa os nomes do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), caso de Alexandre de Moraes.
Na conversa, que durou cerca de 30 minutos, Lula solicitou a Trump a revogação das sanções contra autoridades brasileiros.
Moraes e a esposa, Viviane, foram sancionados com a Lei Magnitsky, enquanto ministros do STF e autoridades do governo tiveram os vistos de entrada nos EUA suspensos.
A Lei Magnitsky é uma norma utilizada pelos EUA para punir estrangeiros. Com a aplicação da lei, todos os eventuais bens do sancionado nos EUA estão bloqueados, assim como qualquer empresa que esteja ligada a ele.
Trump aplicou tarifa ao Brasil e exigiu o fim dos processos contra Bolsonaro. A pressão não teve efeito, já que o ex-presidente foi condenado pelo STF por tentativa de golpe de Estado.
Na conversa, Lula também pediu a Trump a retirada de uma sobretaxa de 40% para entrada de produtos brasileiros nos EUA, em vigor desde agosto. Outra taxa de 10% foi instituída em abril, mas também foi aplicada a outros países.
Segundo relatos, Lula apresentou dados a Trump que mostram que os EUA têm superávit na relação comercial com o Brasil.
O petista se mostrou aberto para discutir temas de interesse dos EUA, desde que não interfiram na soberania do país.