Pouco mais de uma semana da eleição de Lula (PT), as negociações partidárias estão a todo vapor. O gabinete de transição articula apoio com PSD, União Brasil, MDB e até o Centrão pode integrar a base do novo governo federal no Congresso Nacional. Os presidentes das siglas devem se reunir nesta semana e podem bater o martelo, inclusive porque a eleição para presidente das duas Casas também está em jogo.
A tarefa de atrair mais apoiadores é uma das principais na agenda do petista, que iniciou reuniões para planejar a gestão a partir de 2023. A conquista de aliados é estratégica para o pontapé inicial em promessas de campanha, como programas sociais.
A chamada Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Transição surge como uma ‘luz no fim do túnel’ para extrapolar o orçamento e garantir o retorno do Bolsa Família e aumento real do salário mínimo. A ideia, no entanto, ainda não teve o aval de Lula.
Caso não receba o apoio, o novo governo do PT não terá rejeição a todo custo. É o que promete o presidente do União Brasil, Luciano Bivar. Ele chegou a afirmar que “temos que reconhecer que a esquerda foi o baluarte da defesa da democracia e das instituições”. Os acenos amistosos também partem do presidente do PSD, Gilberto Kassab.
O Centrão está sendo assediado pelo novo governo, mas não parece estar disposto a ceder. A resistência à esquerda deve permanecer, ao menos pelo atual posicionamento de Renan Calheiros, do MDB, mesmo a candidata do partido à presidência, Simone Tebet, tendo apoiado Lula e sendo cotada para uma pasta. Segundo ele, o “gelo” aos apoiadores de Lula será a regra.