O Projeto de Lei da Dosimetria, aprovado pelo Senado Federal, poderá ser vetado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), conforme apontado pela analista de política da CNN Isabel Mega, no CNN Novo Dia. A possibilidade de atenuar penas de condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023 e favorecer figuras políticas envolvidas em supostas tramas golpistas, como o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), causou polêmica entre os parlamentares da base governista. A tramitação do projeto revelou uma séria fissura na articulação política do governo no Congresso Nacional. O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), foi criticado por sugerir um possível acordo para não obstruir a votação da proposta em troca da aprovação de pautas econômicas prioritárias para o Planalto. Essa postura desencadeou críticas de importantes aliados governistas, como o senador Renan Calheiros (MDB-AL), que se opôs a medidas que beneficiassem condenados por golpes. Outros membros da base, como Randolfe Rodrigues (PT-AP) e a ministra Gleisi Hoffman (PT), também expressaram publicamente sua discordância com qualquer tipo de acordo. A aprovação do projeto destacou o alinhamento entre os presidentes da Câmara e do Senado, Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União-AP), respectivamente. Isabel Mega explica que a articulação de ambos garantiu a rápida votação da proposta, mesmo diante das resistências de parte da base governista. A proximidade do aniversário dos ataques de 8 de janeiro torna o contexto político especialmente delicado para o Palácio do Planalto. Nesse sentido, a possível sanção de um projeto que beneficiaria os envolvidos representaria uma contradição política para o governo Lula em seu confronto com o bolsonarismo. Apesar do indicativo de veto, o episódio evidenciou fragilidades na articulação política do governo e o fortalecimento do papel do Congresso Nacional em pautar temas sensíveis mesmo contra a resistência do Executivo.




