O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende vetar o trecho do projeto de lei que reduz as penas dos condenados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023. Lula foi informado por aliados de que o Senado não apenas manterá a diminuição das penas como uma ala da Casa pretende até mesmo encaixar a anistia no texto, com o objetivo de livrar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) da prisão. Se isso ocorrer, o projeto volta para análise da Câmara e não terá tempo hábil para nova votação neste ano. A tensão ocorre em um momento de queda de braço entre o Palácio do Planalto e os presidentes da Câmara e do Senado. O projeto que passou pela Câmara prevê que a pena de Bolsonaro seja drasticamente reduzida de 27 anos e três meses para 20 anos, com tempo em regime fechado diminuindo de seis anos e dez meses para dois anos e quatro meses. Lula considera essa decisão absurda e uma afronta ao STF, pois fragiliza a legislação de defesa da democracia. Nos bastidores, há rumores de um acordo do Centrão para tentar a anistia ao ex-presidente em troca de Flávio Bolsonaro desistir da candidatura. O senador Esperidião Amin é a favor do perdão amplo, geral e irrestrito, enquanto o senador Veneziano Vital do Rêgo pedirá mais tempo de análise. Interlocutores de Lula avaliam que ele deve vetar apenas a parte do projeto que beneficia a cúpula da trama golpista, deixando livres os outros condenados. O PT convocou manifestações em protesto contra o projeto, que também reduz penas de Bolsonaro, e a PEC do marco temporal das terras indígenas. Edinho Silva criticou os projetos, chamando-os de retrocessos gravíssimos, e convocou a população a defender a democracia nas ruas no domingo.




