Celac: Lula vai a Honduras com recados para Trump
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegará a Honduras no dia 9 de abril com a expectativa de enviar mensagens claras sobre o “tarifaço” americano implementado por Donald Trump. Fontes diplomáticas indicam que Lula pretende criticar as medidas tarifárias dos Estados Unidos, embora sem fazer menção direta ao presidente americano durante seu discurso.
Na semana passada, Lula afirmou que o Brasil não se curvará a nenhuma outra bandeira e que tomará as medidas necessárias contra as tarifas impostas por Trump. A postura firme do ex-presidente ganhou destaque no cenário internacional, despertando atenção sobre a posição do Brasil diante das políticas comerciais adotadas pelos EUA.
O Congresso Nacional aprovou recentemente um projeto de lei que permite ao Brasil suspender acordos comerciais, investimentos e direitos de propriedade intelectual em caso de medidas prejudiciais à competitividade nacional. No entanto, o vice-presidente Geraldo Alckmin indicou que o país não pretende retaliar, gerando controvérsias no Parlamento brasileiro.
A abordagem de Alckmin reflete a postura adotada pelo Itamaraty, que defende o diálogo como forma de minimizar os impactos negativos das decisões comerciais tomadas por outros países. Esta semana, representantes do Itamaraty e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) têm reuniões agendadas com autoridades americanas para discutir as tarifas de 25% aplicadas às importações de aço e alumínio dos EUA.
Os planos de Lula para sua participação na Celac ainda não estão totalmente definidos, mas é esperado que haja encontros bilaterais com outros líderes mundiais. Embora não haja confirmação sobre a presença do ditador venezuelano Nicolás Maduro, fontes do Palácio do Planalto não descartam a possibilidade de um encontro entre os dois durante a Cúpula.
Nesta edição da Celac, o Brasil avalia a proposta de indicar uma mulher latino-americana para o cargo de secretária-geral da ONU, sucedendo o atual ocupante, o português António Guterres. A possível candidatura visa fortalecer a representatividade feminina na liderança global e marcar uma posição de destaque na região latino-americana.