O presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrou em contato com a Direção Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) neste sábado, 11 de janeiro, para expressar solidariedade às vítimas do ataque que ocorreu no assentamento Olga Benário, em Tremembé, São Paulo.
Três pessoas morreram e outras cinco ficaram feridas no ataque, que aconteceu na noite de sexta-feira, 10 de janeiro. Lula afirmou que a Presidência da República acompanhará de perto as investigações e pretende visitar o local assim que tiver condições de viajar de avião.
Compromisso com a investigação
Segundo o MST, o presidente anunciou o deslocamento da Polícia Federal (PF) para investigar o crime e garantiu o compromisso do governo com a proteção das famílias do assentamento. A ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Maria Evaristo dos Santos, deve chegar ao local entre hoje e amanhã para acompanhar a situação.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública determinou, na tarde deste sábado,11, que a PF instaure um inquérito para apurar os fatos. Uma equipe composta por agentes, peritos e papiloscopistas já foi enviada ao assentamento. O ministro em exercício, Manoel Carlos de Almeida Neto, afirmou que o ataque representa uma violação aos direitos humanos das famílias residentes.
Vítimas do ataque
O ataque ao assentamento envolveu cinco carros e três motos, cujos ocupantes dispararam contra os moradores por volta das 23h. Valdir do Nascimento de Jesus, de 52 anos, e Gleison Barbosa de Carvalho, de 28 anos, morreram no local. Denis Carvalho, de 29 anos, que havia sido hospitalizado em estado grave, não resistiu aos ferimentos e morreu neste sábado. Outros cinco moradores, entre homens e mulheres, seguem internados.
O assentamento Olga Benário é regularizado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) há cerca de 20 anos e abriga cerca de 45 famílias. A Polícia Civil de Tremembé investiga o caso como homicídio e tentativa de homicídio. Um suspeito foi preso.
O MST informou que o velório das vítimas está previsto para ocorrer neste domingo, 12 de janeiro, pela manhã, assim que os corpos forem liberados pelo Instituto Médico Legal (IML). Lula classificou a visita ao assentamento como uma prioridade para reforçar o compromisso do governo com os direitos humanos e a proteção das famílias rurais.