Lula visita reduto bolsonarista em Goiás para inauguração da ferrovia nesta sexta, 16

O presidente Lula chega a Goiás nesta sexta-feira, 16. Ele participará da inauguração da ferrovia norte-sul na região sudoeste do estado. Além de entrar em território majoritariamente bolsonarista, a visita está sendo interpretada como um aceno do petista ao agronegócio. É a primeira visita dele ao estado após as eleições do ano passado.

 

A agenda do petista publicou a ida a Rio Verde, mas a viagem até Jataí não está confirmada para a inauguração do Anel Viário do município. A vinda de Lula é significativa porque o modal estava em construção havia 36 anos. A entrega do último trecho em Goiás com cerca de 50 quilômetros permitirá o escoamento de produtos do estado ao norte e sudeste brasileiros. O funcionamento deve começar ainda neste semestre. 

 

Nesta terça-feira, Lula declarou que nunca teve problema com o agronegócio e não difere os pequenos dos médios produtores rurais.  “Eles sabem que temos muita responsabilidade com o salto de qualidade que deu a agricultura brasileira por causa do financiamento que nós fazíamos”, afirmou durante a estreia do bate-papo semanal nas redes sociais Conversa com o Presidente.

 

O apelo ao setor que alavanca o Produto Interno Bruto (PIB) nacional ganhou reforço na semana passada com o anúncio de investimentos por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O próprio presidente destacou que serão aproximadamente R$ 7,6 bilhões disponíveis para o agronegócio.

 

Nas eleições do primeiro turno, Bolsonaro (PL) teve 52,16% dos votos válidos contra 39,51% de Lula (PT) em Goiás. A maioria dos votos das cidades com relevância econômica no estado e as quatro com maior número de eleitores desse grupo em Goiás (Caldas Novas, Jataí, Rio Verde e Luziânia) preferiram o ex-presidente Jair Bolsonaro. No entanto, a diferença nas urnas entre os dois candidatos foi inferior a mil votos em 13 dos 29 municípios em que o filiado ao PL venceu.

Perfil

A vitória nas eleições foi garantida a Lula por ter tido 51% da preferência dos brasileiros para assumir o terceiro mandato no cargo. As outras vezes em que ele venceu as eleições foram em 2002 e 2006.  Um levantamento do DataFolha Lula revelou que o petista tem mais força entre mulheres, jovens, eleitores menos escolarizados, pessoas com renda de até dois salários mínimos, católicos, pretos e nordestinos. Já Bolsonaro lidera entre os mais ricos, moradores do Sul e Centro-Oeste do País e evangélicos. Ambos empatam na escolha de homens, adultos de 25 a 34 anos, pessoas com média escolaridade e nas regiões Sudeste e Norte do Brasil.

Rejeição

Apesar de associado ao bolsonarismo, os empresários do agronegócio não foram unânimes na reeleição de Bolsonaro como presidente da República. Integrantes do setor e políticos se reuniram em Goiânia no  evento chamado “Agro pela Democracia” no ano passado para expor apoio a Lula e criticar a política voltada para a área nos últimos quatro anos. O grupo formado por mais de 200 produtores rurais defendeu que o governo petista foi crucial para a expansão do segmento que mais gera recursos para Goiás.

 

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