Depois de uma semana dedicada à agenda internacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva volta a despachar no Palácio do Planalto com a missão de definir o sucessor de Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF) e a sanção do novo Imposto de Renda, aprovado pelo Congresso. As duas decisões marcarão a relação do governo com o Senado e testarão sua força política no fim do ano legislativo.
Entre assessores, a expectativa é de que Lula indique Jorge Messias, atual advogado-geral da União, para a vaga de Barroso, aberta desde 18 de outubro. A equação política ainda não está fechada, pois o presidente precisa garantir votos na Comissão de Constituição e Justiça e no plenário do Senado, além de manter alianças com importantes aliados. Há resistência à indicação de Messias, que é visto por parte da oposição como um quadro identificado com o PT.
Apesar dos desafios, o Planalto acredita que a aprovação de Messias seguirá o padrão da sabatina de Flávio Dino, com placar entre 50 e 60 votos. Paralelamente à indicação ao Supremo, Lula deverá sancionar o projeto que corrige a tabela do Imposto de Renda, elevando a faixa de isenção para rendimentos de até R$ 5 mil mensais. A medida, tratada como vitória simbólica, representa um novo posicionamento do governo em relação às pautas econômicas.
A cerimônia de sanção está prevista para ocorrer ainda nesta semana, no Palácio do Planalto, com a presença de autoridades e líderes políticos. O governo vê a sanção como um gesto de recomposição da imagem de Lula e reafirmação do compromisso com a justiça social. Lula enxerga o projeto como uma entrega impactante diretamente aos contribuintes desde o início de seu mandato, sendo uma forma de neutralizar possíveis desgastes políticos. A equipe econômica estima um impacto fiscal de cerca de R$ 18 bilhões anuais, compensados com tributações em outras áreas.
Nesse retorno a Brasília, Lula enfrenta importantes decisões que moldarão seu relacionamento com o Senado e reafirmarão sua postura diante das questões econômicas e jurídicas. As próximas semanas serão decisivas para medir a influência política do governo e sua capacidade de articulação no cenário atual.




