Lutador de MMA que viralizou ao imobilizar ladrão em Barcelona é acusado de violência por duas ex-namoradas; ele nega
Em um dos casos, ainda em investigação, as denúncias são por violência psicológica, sexual e perseguição – a vítima diz que Gabriel afirmou ter tido relação durante uma convulsão dela. Outra ex chegou a ter medida protetiva, mas o caso foi arquivado. A defesa nega as acusações.
Lutador de jiu-jitsu brasileiro viraliza ao mostrar captura de ladrão em Barcelona [https://s04.video.glbimg.com/x240/13842035.jpg]
Lutador de jiu-jitsu brasileiro viraliza ao mostrar captura de ladrão em Barcelona
O lutador de MMA que viralizou depois de postar um vídeo imobilizando um ladrão em Barcelona, na Espanha, já foi investigado ao menos duas vezes no Brasil por violência contra duas ex-namoradas – que terão seus nomes preservados nesta reportagem.
No caso mais recente, registrado na polícia em 2024, ainda é investigado. A ex acusa Gabriel Souza Galindo de violência psicológica, sexual e perseguição durante o namoro.
O episódio mais antigo, de 2021, foi arquivado, por falta de provas, mas a mulher voltou a dizer publicamente que foi agredida após ver a repercussão do vídeo de Gabriel. Segundo ela, houve uma glamourização de um comportamento violento que era comum durante o relacionamento.
Desde quinta-feira (21), o DE procura a defesa de Gabriel. Sugeriu uma entrevista com ele ou com os advogados, que preferiram responder por nota.
“É importante esclarecer que Gabriel Souza Galindo não foi denunciado por nenhum crime”, respondeu a defesa, que cita o arquivamento de um caso e diz confiar que o segundo também será extinto e que não há “indício da prática de crime”. A nota completa está no final da reportagem.
O QUE ALEGA A MULHER
Em um dos casos, a mulher relatou ao DE que manteve um relacionamento com Gabriel por mais de um ano. Após o término, ela afirma ter sido perseguida por ele, inicialmente de forma virtual e depois presencial. Segundo a vítima, ela sofreu violência psicológica, patrimonial e até sexual durante o namoro.
“Eu estava muito fragilizada dentro do relacionamento, eu tive que viajar para conseguir terminar com ele porque eu já tinha tentado terminar quatro vezes, e ele não deixava. E, quando eu via, ele estava dentro da minha casa ou então na porta do meu prédio”, relata a mulher, que pediu para não ter o nome divulgado.
Com medo, decidiu procurar a polícia e solicitou medidas protetivas, que foram concedidas pela Justiça e seguem em vigor.
A mulher, que pediu para não ser identificada, também relatou um episódio de abuso ocorrido quase um ano antes da denúncia. Segundo ela, Gabriel manteve relação sexual com ela enquanto ela sofria uma convulsão.
“Antes de convulsionar, a pessoa apaga, fica ausente. A última coisa que eu me lembro é de falar: ‘tô passando mal’. Quando eu acordei, a primeira coisa que escutei foi ele dizer: ‘quando isso acontece a gente faz o quê?’”, contou.
Ela afirma que estava molhada e vestia apenas uma calcinha, embora antes estivesse de short e blusa. Gabriel teria dito que a jogou na piscina para acordá-la da convulsão.
“Eu me sentia culpada, pedia desculpas a ele, e ele dizia: ‘Nossa, eu salvei sua vida’”, relatou. Segundo ela, Gabriel usava esse episódio como forma de manipulação emocional.
Meses depois, ela afirma ter compreendido que se tratava de abuso, após um comentário feito pelo próprio Gabriel.
“Ele disse rindo: ‘Amor, acho que você passou mal aquele dia de tesão’.”
Em seguida, segundo a ex, Gabriel detalhou a prática de sexo naquele momento.
A outra investigação, de 2021, envolveu uma briga entre Gabriel e a então namorada. Ambos foram levados à delegacia pela Polícia Militar – ele não foi preso. A mulher obteve medida protetiva válida por um ano e contou com o apoio da Patrulha Maria da Penha, que fez rondas rotineiras na região onde a mulher mora pelo período em que a medida protetiva esteve valendo.
O caso foi arquivado por falta de provas. Segundo a defesa de Gabriel, ele foi a vítima da agressão, o que teria sido comprovado por lesões registradas e imagens de câmeras de segurança.
Procurado, o Tribunal de Justiça do Rio informou que o caso foi arquivado e que não irá se pronunciar.