Mabel denuncia que funcionários da Comurg recebiam salários maior do que prefeito

A Prefeitura de Goiânia enfrenta uma situação controversa após a revelação de que funcionários da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) recebem salários significativamente altos, muitas vezes superando o salário do próprio prefeito. Em uma entrevista coletiva, o prefeito Sandro Mabel afirmou que a Prefeitura acatará a recomendação do Ministério Público de Goiás (MP-GO) para realizar uma auditoria externa e anular cláusulas de acordo coletivo na Comurg.

Salários na Comurg

De acordo com o levantamento feito pelo jornal O Popular, pelo menos 25 funcionários da Comurg receberam salários brutos acima de R$ 35 mil em dezembro de 2024, ultrapassando o salário do prefeito de Goiânia. Esses funcionários incluem garis, assessores, assistentes, engenheiros e advogados. Um servidor administrativo chegou a receber um salário bruto de R$ 97,1 mil, embora após descontos, o salário líquido tenha sido de apenas R$ 604,92.

O prefeito Sandro Mabel revelou que existem funcionários com salários de até R$ 120 mil, o que é alvo de investigação do MP-GO sobre supersalários e gratificações indevidas. A situação financeira da cidade também foi abordada, com Mabel mencionando que a dívida municipal é de R$ 3,4 bilhões e que mais de 50% do orçamento é comprometido com os salários dos servidores.

A recomendação do MP-GO, assinada pela promotora de Justiça Leila Maria de Oliveira, destaca a necessidade de uma auditoria externa para mapear e avaliar as ações adotadas quanto à contratação, concessão de gratificações, incorporação de gratificações de função e quinquênios. A promotora elenca 30 questionamentos que devem ser respondidos durante essa auditoria, abordando servidores comissionados, gratificações e supersalários.

Além disso, o MP-GO recomenda a anulação de cláusulas do acordo coletivo que permitem a incorporação de gratificações de função aos vencimentos dos empregados e a realocação de empregados em funções operacionais e administrativas em caso de terceirização dos serviços de coleta de lixo orgânico, com proibição de demissão.

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