Macaco bugio-preto ameaçado de extinção morre atropelado em estrada de Presidente Epitácio: medidas urgentes são necessárias.

Ameaçado de extinção, macaco bugio-preto morre atropelado em estrada vicinal de Presidente Epitácio

Apoena enviou um ofício à Prefeitura em setembro solicitando a instalação de redutores de velocidade no trecho para evitar novos acidentes.

1 Ameaçado de extinção, bugio-preto morre atropelado em estrada vicinal de Presidente Epitácio (SP) — Foto: Cedida

Um macaco bugio-preto (Alouatta caraya) morreu nesta quarta-feira (27) após ser atropelado por um veículo na estrada vicinal Prefeito Hélio Gomes, que liga Presidente Epitácio (SP) ao distrito de Campinal.

Conforme a Associação em Defesa do Rio Paraná, Afluentes e Mata Ciliar (Apoena), o bugio é uma espécie em risco de extinção e é foco de pesquisas no Oeste Paulista.

Este não é o primeiro animal atropelado no local. Em setembro, a Apoena enviou um ofício à Prefeitura de Presidente Epitácio solicitando a instalação de três lombadas no trecho entre os quilômetros 8,5 km e 12,5 para reduzir a velocidade dos veículos e evitar novos atropelamentos.

O pedido foi elaborado após o atropelamento de 16 animais no período de 2018 e 2024, entre eles estão uma jaguatirica (Leopardus pardalis), um lobo-guará (Chrysocyon brachyurus), outro bugio-preto, entre outros.

Conforme a Apoena, o trecho da estrada possui um trânsito intenso de veículos e atravessa cinco quilômetros no interior da Reserva Legal e remanescente da Reserva Estadual da Lagoa São Paulo, onde há um projeto de restauração florestal que viabilizou o plantio de 1 milhão de mudas de espécies nativas de Mata Atlântica.

“Além de ser medida determinada pelo Gaema [Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente] do Ministério Público Estadual, em Presidente Prudente [SP], lembramos que tais colisões representam não apenas perigo para a fauna como também representa risco para motoristas e passageiros em vários acidentes com vítimas e danos materiais que já ocorreram no trajeto como veículos, caminhões, ônibus escolar, motocicletas e bicicletas”, consta o documento.

2 Ameaçado de extinção, bugio-preto morre atropelado em estrada vicinal de Presidente Epitácio (SP) — Foto: Cedida

O QUE DIZ A PREFEITURA

Em nota enviada ao DE, a Prefeitura Municipal da Estância Turística de Presidente Epitácio informou que está ciente da solicitação da Apoena e já iniciou uma série de ações com o intuito de minimizar os atropelamentos de fauna silvestres que ocorrem no trajeto.

“A sinalização no local foi atualizada em 2022. Enquanto as lombadas redutoras de velocidade, os itens foram adquiridos, no entanto o fornecedor não cumpriu com o fornecimento previsto, por isso, não foi possível realizar a instalação até o momento”, ressaltou.

Além disso, o Poder Executivo informou que outras medidas estão em estudo para garantir mais segurança à fauna local.

HÁBITOS DIURNOS

O bugio-preto é tido como ameaçado nas listas estaduais. No Brasil, sua incidência é comum no cerrado, do Rio Grande do Sul ao Piauí, com presença no Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás, Tocantins, Maranhão, Bahia e Pará. No exterior, também é possível ver o bugio na Argentina, Paraguai e Bolívia.

Macho e fêmea se diferenciam pela cor: machos têm pelos pretos e fêmeas e jovens apresentam coloração castanha.

O tamanho também varia, sendo os machos mais pesados, com até sete quilos, e as fêmeas com até 4,5 quilos. De grande porte, os bugios-preto medem de 30 a 75 centímetros de altura. A cauda pode medir até 80 centímetros.

No ‘cardápio’ da espécie predominam folhas, além de brotos, frutos e flores. Famosos pela vocalização forte e marcante, que pode ser ouvida a quilômetros de distância, os primatas vivem em grupos de até oito indivíduos, com um macho dominante em cada.

De hábitos diurnos, o primata passa a maior parte do tempo no alto das árvores, onde procura pelos alimentos.

As fêmeas dão cria a um filhote por vez, entre maio e agosto. A gestação dura em média seis meses.

3 Ameaçado de extinção, bugio-preto morre atropelado em estrada vicinal de Presidente Epitácio (SP) — Foto: Cedida

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Operação Latus Actio: Policiais denunciados por corrupção atuavam em esquema com MCs em SP

O Ministério Público do Estado de São Paulo denunciou dois policiais civis do 6º DP de Santo André por corrupção passiva. De acordo com a denúncia, Rodrigo Barros de Camargo e Adriano Fernandes Bezerra teriam solicitado propina a Henrique Alexandre Barros Viana, conhecido como “Rato”, para arquivar investigações contra os artistas MC Paiva, MC GHdo7 e MC Brisola. A ação faz parte da operação Latus Actio, que visa combater crimes contra a ordem tributária e de lavagem de dinheiro relacionados a empresas do ramo de entretenimento em São Paulo.

Na primeira fase da operação, em março, a Polícia Federal apreendeu telefones celulares que continham evidências de possíveis crimes. Em uma troca de mensagens, Rodrigo de Camargo marcou um encontro com Rato, proprietário da produtora Love Funk. Após o encontro na sede da produtora, em São Paulo, Rodrigo enviou um relatório de investigação ao Rato, referente à promoção de rifas ilegais nas redes sociais pelo MC Paiva, agenciado pela Love Funk.

A denúncia apresentada pelo Ministério Público pede a manutenção da prisão preventiva de Rodrigo de Camargo, além do afastamento de Adriano Fernandes Bezerra de suas funções. Os promotores concluíram que a investigação demonstra a prática de crimes e denunciaram os policiais por corrupção passiva, crime que prevê pena de dois a 12 anos de prisão.

Além dos policiais, os MCs Paiva, GHdo7 e Brisola também são alvos da denúncia. Os promotores solicitaram que a investigação seja remetida ao juizado especial criminal, devido aos indícios de práticas habituais de contravenção penal por exploração de jogos de azar nas redes sociais dos artistas.

Após a denúncia do MP, a defesa de Rodrigo Barros de Camargo solicitou à Justiça a revogação de sua prisão, alegando que não foram apresentadas provas que justifiquem a medida. Já os artistas envolvidos no caso, MC Paiva, Brisola e GHdo7, não se manifestaram até o momento.

A Polícia Federal e o Ministério Público continuam investigando o suposto esquema de pagamento de propina a policiais e a participação dos MCs nas atividades ilegais. As conversas entre os policiais e os artistas foram descobertas durante a Operação Latus Actio, que resultou na segunda fase das investigações em dezembro. A justiça autorizou buscas em diversas cidades, incluindo São Paulo, Mogi das Cruzes e São José dos Campos.

Durante o cumprimento do mandado de busca na residência de MC Paiva, o artista teria tentado destruir seus telefones celulares ao jogá-los no chão. Os policiais apreenderam os aparelhos, juntamente com uma Lamborghini, uma Range Rover e diversos itens de luxo. A investigação continua em andamento e novas informações podem surgir à medida que o caso avança.

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