“Macalé: arte, resistência e celebração da diversidade em 50 anos de carreira”

Jaime Domingos Cruz, conhecido como Macalé, é um artista plástico autodidata que se destacou na cena artística brasileira ao longo de seus 50 anos de carreira. Nascido em Orlândia, enfrentou desde cedo o preconceito racial, mas encontrou na arte uma forma de expressão e superação. Sua obra, especialmente a série “O Sol Nasceu para Todos”, aborda temas como moradia digna e esperança, refletindo sua vivência e resistência.

Macalé se tornou uma referência cultural ao realçar a importância da história afro-brasileira em suas obras. Em entrevista ao g1, ele compartilhou detalhes de sua jornada, destacando a arte como uma forma de combater o racismo e se fazer visível. O artista valoriza a educação e o estudo como ferramentas para abrir caminhos e oportunidades para os jovens que buscam inspiração em sua história.

O reconhecimento do legado de Macalé foi evidenciado em exposições e oficinas realizadas no Sesc Ribeirão Preto, no Museu de Arte de Ribeirão e no Museu Casa de Portinari em Brodowski. Essas iniciativas proporcionaram ao público uma imersão na obra do artista, permitindo uma conexão mais profunda com sua arte e seu impacto cultural.

A série “O Sol Nasceu para Todos” é um dos pontos altos da carreira de Macalé, inspirada em suas próprias experiências e desafios. Com técnicas aprendidas de forma autodidata, o artista transformou suas vivências em obras de profundo impacto social e cultural. A importância de sua mensagem ressoa especialmente em tempos de reflexão sobre a consciência negra e a luta contra o racismo.

Ao abordar a relação entre arte e combate ao racismo, Macalé reforça a ideia de que a criatividade e expressão artística podem ser poderosas ferramentas de visibilidade e empoderamento. Sua trajetória de superação e perseverança é um exemplo para as novas gerações, incentivando a busca por oportunidades e a valorização da própria história e cultura.

No Dia da Consciência Negra, Macalé deixa uma mensagem de esperança e união, desejando que todos possam encontrar seu lugar ao sol e que o racismo seja combatido e superado. Sua arte é um testemunho de resistência e celebração da diversidade, inspirando não apenas os jovens, mas toda a sociedade a refletir sobre questões de identidade, igualdade e justiça.

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Operação Latus Actio: Policiais denunciados por corrupção atuavam em esquema com MCs em SP

O Ministério Público do Estado de São Paulo denunciou dois policiais civis do 6º DP de Santo André por corrupção passiva. De acordo com a denúncia, Rodrigo Barros de Camargo e Adriano Fernandes Bezerra teriam solicitado propina a Henrique Alexandre Barros Viana, conhecido como “Rato”, para arquivar investigações contra os artistas MC Paiva, MC GHdo7 e MC Brisola. A ação faz parte da operação Latus Actio, que visa combater crimes contra a ordem tributária e de lavagem de dinheiro relacionados a empresas do ramo de entretenimento em São Paulo.

Na primeira fase da operação, em março, a Polícia Federal apreendeu telefones celulares que continham evidências de possíveis crimes. Em uma troca de mensagens, Rodrigo de Camargo marcou um encontro com Rato, proprietário da produtora Love Funk. Após o encontro na sede da produtora, em São Paulo, Rodrigo enviou um relatório de investigação ao Rato, referente à promoção de rifas ilegais nas redes sociais pelo MC Paiva, agenciado pela Love Funk.

A denúncia apresentada pelo Ministério Público pede a manutenção da prisão preventiva de Rodrigo de Camargo, além do afastamento de Adriano Fernandes Bezerra de suas funções. Os promotores concluíram que a investigação demonstra a prática de crimes e denunciaram os policiais por corrupção passiva, crime que prevê pena de dois a 12 anos de prisão.

Além dos policiais, os MCs Paiva, GHdo7 e Brisola também são alvos da denúncia. Os promotores solicitaram que a investigação seja remetida ao juizado especial criminal, devido aos indícios de práticas habituais de contravenção penal por exploração de jogos de azar nas redes sociais dos artistas.

Após a denúncia do MP, a defesa de Rodrigo Barros de Camargo solicitou à Justiça a revogação de sua prisão, alegando que não foram apresentadas provas que justifiquem a medida. Já os artistas envolvidos no caso, MC Paiva, Brisola e GHdo7, não se manifestaram até o momento.

A Polícia Federal e o Ministério Público continuam investigando o suposto esquema de pagamento de propina a policiais e a participação dos MCs nas atividades ilegais. As conversas entre os policiais e os artistas foram descobertas durante a Operação Latus Actio, que resultou na segunda fase das investigações em dezembro. A justiça autorizou buscas em diversas cidades, incluindo São Paulo, Mogi das Cruzes e São José dos Campos.

Durante o cumprimento do mandado de busca na residência de MC Paiva, o artista teria tentado destruir seus telefones celulares ao jogá-los no chão. Os policiais apreenderam os aparelhos, juntamente com uma Lamborghini, uma Range Rover e diversos itens de luxo. A investigação continua em andamento e novas informações podem surgir à medida que o caso avança.

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