Madrasta confessa que matou menino com chutes na barriga

A madrasta de Davi Luiz Rodrigues Rosa, de 7 anos, Vanária Rodrigues da Silva, confessou à polícia que agrediu o enteado com chutes na barriga, em Goianésia, na região do Vale do São Patrício. Ele morreu após infecção decorrente dos golpes. A mulher e o pai do menino, André Luiz Santos Rosa, estão presos.

“Ela fala que foi em razão dele não ter feito as tarefas escolares. Ela não gostou e teria, então, dado chineladas e falou que deu um chute nessa criança de 7 anos”, disse a delegada Ana Carolina Pedrotti.

O laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que Davi tinha lesões recentes no corpo, principalmente nos braços e pernas. Uma radiografia feita no corpo apontou que houve fratura no fêmur esquerdo. Médicos constataram que a causa da morte foi uma laceração no intestino.

“Eu conversei com o legista e ele me falou que essa lesão causada no intestino, e essa no fêmur, são lesões que causariam uma dor absurda na criança. Então, não seria uma mera alegação que ele [Davi] estava com dor de barriga, que foi o que disse o pai”, contou a delegada.

Segundo testemunhas, Davi foi agredido na segunda-feira (14). No dia seguinte, passou o dia na cama e negou que queria ir até o hospital. Ele apenas foi levado até a unidade hospitalar na madrugada de quarta-feira (16), onde foi constatado pelos médicos que já chegou sem vida. O pai e a madrasta foram presos no mesmo dia. Em depoimento, André Luiz disse que não estava em casa no momento das agressões.

Davi foi enterrado na tarde de quinta-feira (17) em Silvanópolis (TO), cidade onde a mãe mora.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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