Madrasta de jovem que matou namorado e amiga atropelados diz que pediu ‘incessantemente’ para enteada parar o carro
A madrasta da jovem que perseguiu, atropelou e matou o namorado e a amiga dele no último domingo (28) disse à polícia, no dia seguinte ao crime, que pediu “incessantemente” para que a enteada parasse o carro que dirigia em alta velocidade. A suspeita de 21 anos foi presa preventivamente.
A médica Gabrielle Schneid de Pinho, de 31 anos, estava com Geovanna Proque da Silva no veículo que perseguiu e atingiu Raphael Canuto da Costa, de 21 anos, e Joyce Correa da Silva, de 19. Desde o momento em que Geovanna passou a perseguir Raphael em alta velocidade, pedi a ela incessantemente que parasse o carro”, disse Gabrielle, que é companheira da mãe da acusada, em depoimento à Polícia Civil.
Mas, segundo a madrasta, “Geovanna não dizia nada e somente dirigia atrás de Raphael”. Ela relatou que, na data do crime, Geovanna acordou Gabrielle de madrugada para que fosse com o carro da mãe dela até a casa de Raphael. A médica disse que “aceitou ir junto com ela por preocupação”, porque queria “cuidar” da enteada.
A madrasta falou ainda que Geovanna tinha “problemas de relacionamento” com Raphael “motivados por traições e ciúmes”. Câmeras de segurança gravaram o atropelamento na Rua Professor Leitão da Cunha, no Parque Regina, Zona Sul da capital. Nas imagens é possível ver o carro dirigido por Geovanna acelerar e bater na traseira da moto pilotada por Raphael; Joyce estava na garupa da motocicleta.
Gabrielle contou também aos policiais que a enteada queria ir até a residência do namorado porque ele estava dando uma festa com garotas que ela não conhecia. “Chegando na casa de Raphael, Geovanna e ele passaram a discutir. Em determinado momento, Raphael segurou os braços de Geovanna e a conteve”. Após isso, segundo a médica, ela e a enteada “decidiram ir embora e, no caminho até o carro, Raphael passou por elas de moto”.
Medo de ser linchada
Depois da batida, afirmou que foi retirada do veículo por uma pessoa e que passou a ser agredida por outra, que “atirou um chinelo em sua direção”, enquanto um homem “dizia que devia ser fuzilada”. E que, “por receio e medo não tentou ajudar a socorrer as vítimas”, pois “teve medo de sofrer linchamento”.
Com o impacto, os dois foram arremessados cerca de 30 metros e morreram no local, que fica perto da churrascaria onde Raphael trabalhava como gerente. O automóvel guiado por Geovanna ainda atropelou um pedestre, que ficou ferido, e bateu em dois outros veículos.
Segundo informou ao de o advogado da família da vítima nesta terça-feira (30), Raphael planejava viajar com Geovanna no dia seguinte para Minas Gerais para comemorar um mês de namoro. A motorista fugiu do local, mas passou mal e se sentou na calçada de uma rua próxima. Policiais militares a retiraram do local após moradores ameaçarem linchá-la.



