Maduro chama Bolsonaro de “imbecil” por relacionar vacina e Aids

O presidente da Venezuela ainda disse que o Bolsonaro deveria se dedicar mais ao governo e atender o povo brasileiro.

O presidente venezuelano Nicolás Maduro chamou Jair Bolsonaro de “imbecil” e “palhaço”, após o presidente brasileiro ter associado a vacina contra a covid-19 à transmissão da Aids.

“O imbecil do Jair Bolsonaro — imbecil, palhaço — disse ontem uma estupidez típica de um direitista, desqualificado. Ele disse que as vacinas contra o coronavírus, quando aplicadas, causavam Aids”, disse Maduro, em discurso transmitido pela TV estatal venezuelana Venezoelana de Televisión.

Maduro afirmou ainda que “Bolsonaro, todos os dias, passa seu tempo falando mal da Venezuela, em vez de se dedicar a governar e atender o povo. O Brasil atingiu 600 mil mortes pelo coronavírus”.

O venezuelano se referia ao vídeo transmitido por Bolsonaro na última quinta-feira (21), em que o presidente citou um falso relatório do governo do Reino Unido para fazer uma associação falsa entre a vacina contra a Covid-19 e a Aids.

O próprio governo britânico desmentiu a informação contida no tal relatório, que foi inventada por um site que divulga notícias falsas e teorias da conspiração. Na noite de segunda-feira (25), o Youtube suspendeu o canal do presidente Jair Bolsonaro por uma semana e derrubou a live.

O Facebook retirou do ar o vídeo, que também foi transmitido na rede social. A justificativa é de que o conteúdo publicado por Bolsonaro vai contra as políticas da plataforma, que “não permitem alegações de que as vacinas de covid-19 matam ou podem causar danos graves às pessoas”. O Instagram, que pertence ao mesmo grupo de empresas, também retirou a gravação da live do ar.

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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