A mulher de 32 anos que foi presa após a morte da filha, de 5 anos, em um fogo no apartamento da família em Taguatinga (DF) confessou, em carta encontrada pela Polícia Civil, que matou a garota asfixiada com um travesseiro horas antes de colocar fogo no apartamento em que viviam, na madrugada de segunda-feira, 6.
“Que você viva com essa culpa para sempre. Era o que você queria — nunca mais ver sua filha. Que seja feita a tua vontade, com toda dor e ódio de mim, no meu coração. [Você] nunca quis ser pai de verdade mesmo. [Eu] te encontro no inferno”, escreveu Zenaide.
No manuscrito, a suspeita detalha, ainda, como tiraria a vida da filha: “Quando ela estiver dormindo, coloco o travesseiro no rosto dela, amarro os pés e as mãos com o cadarço do sapato. [Em seguida], bebo o vinho e coloco fogo na casa”.
A mãe também pede que os objetos da filha sejam levados para a Bahia. “Não é para deixar nada aqui”, exigiu. Zenaide foi presa e passou por audiência de custódia no mesmo dia em que cometeu o crime, nessa segunda-feira, 6. A Justiça converteu para preventiva a prisão em flagrante da suspeita.
Com a decisão, ela permanecerá presa enquanto responde pelos crimes de homicídio qualificado — por motivo fútil, com emprego de fogo e uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima —, bem como por provocar incêndio em imóvel habitado. O inquérito foi enviado ao Tribunal do Júri de Taguatinga, onde tramitará o processo.
Mãe mata filha e coloca fogo no apartamento
Vizinhos da família acionaram o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBM-DF) por volta da 1h de segunda-feira, 6, para apagar o incêndio no apartamento do 11º andar da Torre A, no Residencial Itamaraty, em Taguatinga Norte.
Testemunhas informaram que a mãe da vítima confessou ter ateado fogo ao imóvel, mas disse que não tinha intenção de matar a criança. Durante o incêndio, Zenaide chegou a passar de uma sacada para outra, entre apartamentos vizinhos, na tentativa de fugir das chamas.
No térreo do prédio, ela foi atendida pelos bombeiros e presa por policiais militares. A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) descartou que o incêndio no apartamento tenha causado a morte da criança.
Depoimentos de testemunhas revelaram que a criança apresentava rigidez cadavérica quando os bombeiros chagaram ao apartamento. A boca da vítima também tinha sinais de rigidez, e a pupila dos olhos se encontrava fosca.