“Enterrei meu filho pela 2ª vez. Foi impunidade”, diz mãe de Leandro Lo sobre
julgamento que absolveu PM que matou o lutador

Henrique Velozo foi inocentado em júri popular, que acatou tese de que ele agiu
em legítima defesa ao atirar na cabeça do campeão mundial de jiu-jítsu.
O incidente ocorreu em agosto de 2022. A família de lutador vai recorrer da decisão.

Fátima Lo, mãe do campeão mundial de jiu-jítsu Leandro Lo, usou as redes sociais nesse
sábado (15) para desabafar sobre a decisão que absolveu o policial militar Henrique Otavio Oliveira Velozo
preso pelo homicídio do lutador em 2022.

Velozo foi inocentado em júri popular, que entendeu que o policial militar agiu em legítima
defesa, tese defendida por seus advogados. Ele foi libertado do Presídio Romão
Gomes, na Zona Norte da capital paulista, neste sábado (15).

No desabafo, Fátima Lo expressou sua indignação com a decisão do júri, que considerou
a absolvição como uma “impunidade” ao assassinato de seu filho e relatou
que a família Lo foi humilhada pela defesa de Henrique Velozo durante os três dias de
julgamento, no Fórum da Barra Funda, Zona Oeste da capital.

“A defesa dele fez um circo, um teatro. São muito bons como atores. E convenceram
o júri popular. É difícil acreditar numa conversa dessas, né?”, completou Fátima Lo.

Fátima Lo afirmou que a família continuará na busca por justiça no caso e irá recorrer
da decisão assim que possível. Ela criticou a versão apresentada pela defesa de Velozo
e reforçou a necessidade de responsabilizar o PM pela morte de Leandro Lo.

O advogado Cláudio Dalledone Junior, que defendeu o policial militar no julgamento, reiterou
que as provas apresentadas demonstraram que Velozo agiu em legítima defesa
durante o incidente.

A libertação de Henrique Velozo ocorreu após sua absolvição em São Paulo pelo
assassinato do lutador Leandro Lo, que teve sua vida ceifada em 2022. O julgamento
que tomou grande repercussão teve início e desfecho controverso, com a absolvição
do PM.

Em setembro de 2022, a Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público contra o
policial e o tornou réu por homicídio triplamente qualificado. As qualificadoras
colocadas foram: por motivo torpe; com emprego de veneno, fogo, explosivo,
asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel; e à traição, de emboscada. A
Justiça ouviu pela primeira vez o policial militar em maio de 2023, durante a primeira
audiência de instrução.

O julgamento de Velozo tornou-se marcante devido às reviravoltas e às evidências
apresentadas, que resultaram na sua absolvição. A família de Leandro Lo, juntamente
com o Ministério Público, pretendem continuar lutando por justiça e esperam que a
decisão controversa seja revista em instâncias superiores.

A mãe de Leandro Lo, em suas declarações, expressou a dor de enterrar seu filho novamente
e a indignação com o desfecho do julgamento. A luta por justiça continua para
a família e para todos que acompanharam o caso do campeão mundial de jiu-jítsu
assassinado pelo policial militar Henrique Velozo, cuja absolvição gerou indignação
e revolta na comunidade.