Mãe denuncia agressões em creche de Praia Grande: bebê volta com hematomas

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Mãe denuncia agressões após bebê voltar da creche com hematomas no litoral de SP

Prefeitura de Praia Grande informou que apura o caso e irá instaurar um processo administrativo disciplinar se for constatado qualquer indício de irregularidade.

1 de 2 Mãe denuncia agressões a bebê de 1 ano em creche de Praia Grande (SP) — Foto: Arquivo pessoal

Mãe denuncia agressões a bebê de 1 ano em creche de Praia Grande (SP) — Foto: Arquivo pessoal

A mãe de uma bebê de 1 ano denuncia que a filha foi agredida dentro de uma creche municipal em Praia Grande, no litoral de São Paulo. Jéssica de Souza Dias Ferreira relatou que a criança apresentou diversos hematomas roxos pelo corpo após passar o dia na unidade. Segundo ela, as funcionárias não souberam explicar a origem dos ferimentos.

A mulher registrou um boletim de ocorrência por lesão corporal e parou de levar a filha na creche da Escola Municipal João Batista Resine Alves, no bairro Esmeralda. Em nota, a Prefeitura de Praia Grande informou que apura o caso e vai instaurar um processo administrativo disciplinar, caso seja constatado qualquer indício de irregularidade.

As marcas foram notadas por Jéssica ao buscar a filha na unidade no dia 23 de junho. “Vi um roxo na testa, a boquinha sangrando um pouquinho nos lábios e um roxinho nas costas, tipo um beliscão”. Diante da situação, ela questionou uma funcionária sobre os machucados.

A mãe contou que a profissional não soube informar como a bebê se machucou, e que não tinha notado os hematomas. Segundo Jéssica, a funcionária da creche disse apenas que os machucados podem ter sido causados na parte da manhã.

SEM RESPOSTAS

A diretora da unidade foi acionada e acompanhou a mãe até o berçário, mas todas as funcionárias apresentaram o mesmo argumento.

Diante da situação, e sem respostas, Jéssica foi orientada pela diretora a questionar a equipe da manhã. A mãe voltou à unidade no dia seguinte e as funcionárias falaram que também não sabiam a origem dos machucados.

“Então ficou nisso: a equipe de manhã falou que foi de tarde, a equipe de tarde falou que foi de manhã. Não fizeram nem ocorrência para eu assinar”, disse a mulher, que notou mais hematomas na filha no dia 24, quando foi trocá-la. “Tirei a calça dela, as duas pernas estavam roxas. Fiquei desesperada, fui tirar a blusa e ela começou a chorar”.

2 de 2 Bebê de 1 ano ficou com hematomas roxos pelo corpo em Praia Grande (SP) — Foto: Arquivo Pessoal

Bebê de 1 ano ficou com hematomas roxos pelo corpo em Praia Grande (SP) — Foto: Arquivo Pessoal

ATENDIMENTO

Jéssica contou ter ficado apavorada com as marcas no corpo da filha e foi buscar atendimento médico em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). “A médica viu e falou que só ia entregar o laudo na mão da polícia. Ela me orientou a fazer o boletim de ocorrência”, disse a mãe, que registrou o caso na Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Praia Grande.

Após o registro na Polícia Civil, no dia 25, Jéssica foi até a escola apresentar o boletim de ocorrência e solicitar explicações.

“Fiquei desesperada lá, nervosa. Queria saber o que tinha acontecido com a minha filha”, relembrou, dizendo que assinou um registro oficial na escola sobre o caso.

Ainda segundo Jéssica, uma funcionária pediu para que a bebê não realizasse exame de corpo de delito, mas a família negou o pedido. “Minha mãe falou: ela vai fazer sim porque tem que saber quem fez isso com ela, um culpado tem que aparecer’. Então a gente foi embora da escola e fez o corpo de delito”.

A mãe está esperando o laudo final do exame enquanto cuida da filha, que parou de frequentar a creche. “Ela acordava chorando, não conseguia engatinhar porque as perninhas dela doíam. … Ela ficou muito assustada”, finalizou Jéssica.

POSICIONAMENTOS

Em nota, a Prefeitura de Praia Grande informou, por meio da Secretaria de Educação (Seduc), que repudia qualquer tipo de maus-tratos.

“A pasta municipal foi cientificada sobre o ocorrido e apura as informações. A Seduc destaca ainda que, havendo qualquer indício de irregularidade funcional por parte de servidores da unidade escolar, os mesmos passarão por processo administrativo disciplinar, nos moldes previstos na legislação municipal”.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) afirmou que o caso foi registrado como lesão corporal pelo Centro de Polícia Judiciária (CPJ) de Praia Grande.

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