Mãe diz que sabia que namorado agredia filho encontrado morto em casa

A mãe do menino de 2 anos achado morto em casa diz que sabia que o namorado agredia o filho, mas que não acreditou que ele pudesse matar a criança. O adolescente de 17 anos foi apreendido suspeito do ato infracional. Já a jovem, de 21 anos, foi presa por abandono de incapaz. O menino foi morto na madrugada de domingo (3), Segundo a perícia, a causa da morte foi asfixia, mas ele também tinha sinais de agressão e abuso sexual.

De acordo com a mãe da criança, “Aconteceu sim agressões, mordidas, duas vezes, aí ele parou. Nesse dia agora [da morte] aconteceu novamente. Pra mim ele tinha mudado, ele falou que não ia fazer mais, acreditei nele e quebrei a cara. Ele me falava que as mordidas não eram pra machucar, mas que era carinho. No fundo não acreditava, mas deixei passar porque esperava que ele ia mudar

A jovem disse que passou o dia na casa de uma amiga e, de madrugada, recebeu uma ligação do namorado falando que o filho estava passando mal. Quando chegou, o menino estava dentro da ambulância dos bombeiros. Ela disse que está se sentindo “culpada”. Porém, ela diz que não tem certeza se o namorado realmente matou o menino. “Ele me disse que não fez nada. Eu não sei, sinceramente. Mas todos dizem, o laudo mostra, que ele foi abusado e assassinado.

A mãe do menino disse que os dois estavam juntos há um ano, mas que o relacionamento estava desgastado. Sobre sua prisão, ela diz que é suspeita de um crime que não cometeu. Segundo o delegado Hellyton Carvalho, ela vai responder por abandono de incapaz e deve passar por audiência de custódia para saber se continuará presa.

“A criança foi agredida dias antes, a Ingrid não fez nada e mesmo assim deixou na companhia do padrasto, passou o fim de semana fora de casa e deixou a criança em poder do padrasto”, afirmou.  Ele foi autuado pelo ato infracional equivalente a homicídio qualificado e estupro de vulnerável. “A versão dele para a namorada é que teria levado a criança pra passear no shopping, se perdeu dele e depois uma senhora o encontrou dizendo que o menino tinha caído e batido a cabeça”, disse.

Informações: G1 Goiás. 

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Escândalo envolvendo BYD e escravidão moderna pode abalar relações Brasil-China

A fabricante chinesa de carros elétricos BYD está enfrentando uma grave denúncia no Brasil, após a contratação de uma subempreiteira que trouxe mais de 163 trabalhadores da China para as obras de sua fábrica na Bahia. Inspeções realizadas pelas autoridades constataram condições alarmantes: jornadas de trabalho de dez horas, alojamentos insalubres, retenção de passaportes e parte dos salários confiscados pelos empregadores.

Essas práticas foram enquadradas pelo Código Penal Brasileiro como indicativas de escravidão moderna. A denúncia veio à tona pouco antes do Natal, com a Jinjiang Construction, subcontratada pela BYD, negando as acusações. Em resposta, a BYD rescindiu o contrato com a empresa, suspendendo temporariamente as obras da fábrica.

Impacto diplomático e comercial

A construção da fábrica, que envolve um investimento de US$ 1 bilhão, é o primeiro grande projeto da BYD nas Américas e um marco nas relações comerciais entre Brasil e China. A China é o maior parceiro comercial do Brasil, e os laços entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Xi Jinping têm sido fortalecidos, com o presidente brasileiro até utilizando veículos da marca BYD em seus deslocamentos.

No entanto, o escândalo ameaça manchar a imagem da empresa, que investiu milhões em marketing para promover sua entrada no mercado ocidental. Um representante da BYD insinuou que forças externas poderiam estar utilizando o caso para difamar marcas chinesas e prejudicar as relações sino-brasileiras.

Um aspecto ainda não esclarecido é o motivo de trazer trabalhadores da China para a construção no Brasil, prática anteriormente denunciada em países africanos.

Escravidão moderna: um problema recorrente

O caso da BYD chama atenção para um problema persistente no Brasil. Denúncias de condições análogas à escravidão são comuns, especialmente na indústria têxtil, que frequentemente explora trabalhadores bolivianos, e em setores como as plantações de café e vinhedos.

No ano passado, mais de 200 trabalhadores foram resgatados em situação de escravidão em vinícolas no sul do Brasil. Apesar da repercussão, as empresas envolvidas geralmente enfrentam apenas sanções financeiras, enquanto as vítimas raramente recebem qualquer forma de reparação.

O escândalo envolvendo a BYD não apenas expõe as dificuldades na fiscalização das condições de trabalho, mas também destaca os desafios diplomáticos e comerciais que podem surgir em projetos internacionais de grande escala.

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