Mãe e fazendeiro são indiciados por estupro de vulnerável de adolescente

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Um fazendeiro de 62 anos e a mãe de um adolescente de apenas 14 anos foram indiciados por suspeita de terem praticado os crimes de exploração sexual, estupro de vulnerável e fornecimento de bebida alcoólica a menor de idade. De acordo com a Polícia Civil de Mato Grosso (PC-MT), a mulher, mediante o recebimento de vantagem financeira, entregou a filha ao idoso para manter relação sexual com a menina.

 

O crime ocorreu na cidade de General Carneiro e foi investigado por meio de inquérito instaurado pela delegacia do município. Segundo a PCMT, a vítima tinha apenas 14 anos na época e a mãe, 34. O indiciado é fazendeiro na região e, conforme as investigações, tinha o hábito de se relacionar com adolescentes. 

 

Os policiais iniciaram as investigações após serem acionados pelo Conselho Tutelar da cidade, que recebeu informações sobre a situação envolvendo a menina. 

 

Os investigadores descobriram que, para aparentar suposta legalidade, os investigados fizeram arranjos jurídicos registrados em cartório com uma autorização e declaração subscrita, pacto antenupcial e a declaração do investigado com auxílio de advogado. Porém, os investigadores apuraram que a adolescente discordava da situação a que foi submetida. 

 

Segundo a PC, além de ter boa condição financeira, o fazendeiro ainda fornecia bebida alcoólica a adolescente para as práticas sexuais. Durante diligências, foram apreendidas frascos com o líquido no imóvel do suspeito. 

 

Em relação à mãe da adolescente, a polícia apurou que ela recebeu dinheiro em espécie para que a filha mantivesse relacionamento com o suposto estuprador. 

 

O delegado responsável pelo caso, Joaquim Leitão Júnior, afirma que a Lei 13.811/2019 modificou o Código Civil para proibir o casamento a menores de 16 anos e a permissão para adolescentes entre 16 e 18 anos se casarem, com permissão dos pais ou responsáveis.

 

“Os arranjos jurídicos criados pela mãe da adolescente, a quem caberia protegê-la, e o investigado não poderiam jamais se prestarem para chancelar uma situação claramente ilegal. Além disso, tais atos não podem servir de manta protetora para burlar a lei penal vigente e o próprio Código Civil”, destaca a autoridade policial. 

 

Confissão 

 

Em interrogatório o fazendeiro confessou os crimes, porém alegou que não fornecia bebida alcoólica à vítima. De acordo com a corporação, a mãe da adolescente confessou os fatos parcialmente, mas foi responsabilizada no inquérito pelos delitos, uma vez que foi comprovado que negociou a fila, a quem devia proteger. A menina está sob a guarda de outra pessoa. 

 

Os investigados foram indiciados pelos crimes de exploração sexual, estupro de vulnerável, fornecimento de bebida alcoólica a menor de idade, injúria e entrega de filho a terceiro mediante paga ou recompensa, crimes que constam no âmbito da Lei Maria da Penha e da Lei de Crimes Hediondos (estupro).

 

A Polícia Civil também representou à Justiça pelo envio de cópias do procedimento policial para apurar outros fatos cometidos pelos investigados na cidade de Arapoema, no Tocantins, envolvendo menores de idade.

 

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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