Mãe e padrasto presos por morte de menino de 2 anos por asfixia

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Caso Pedrinho: mãe e padrasto são presos pela morte de menino de 2 anos

Laudo apontou que a criança morreu por asfixia; padrasto é suspeito direto e mãe
responderá por dolo eventual.

Laudo comprova que Pedro Henrique Ferreira Danin, de 2 anos, morreu por asfixia — Foto: Chaiana Reis/Arquivo pessoal

A mãe e o padrasto de Pedro Henrique Ferreira Danin, de 2 anos, foram presos temporariamente nesta quarta-feira (3) pela Polícia Civil de Santa Isabel. Um laudo definitivo confirmou que Pedrinho, como era chamado, morreu no dia 22 de julho deste ano por asfixia, informação que embasou os pedidos de prisão.

O padrasto, Jeferson Ivan Lopes dos Santos, de 21 anos, foi detido em Águas de Lindóia e é apontado como autor do crime. Já a mãe do menino, Giovanna Cerazo Danin, também de 21 anos, foi presa no Guarujá. Ela vai responder por homicídio com dolo eventual, já que, segundo a investigação, assumiu o risco ao deixar o filho sob os cuidados do companheiro mesmo após situações anteriores de maus-tratos.

Mesmo sendo presos em outras cidades, os suspeitos não eram considerados foragidos, já que os mandados de prisão foram expedidos na tarde desta terça-feira (2). De acordo com a delegada, os dois ainda não apresentaram defesa. Jeferson, porém, teria dito no momento da prisão que o laudo estava errado. Já Giovana estaria chorando muito quando foi presa e não teria dito nada aos policiais.

No dia da morte, Pedrinho chegou a ser levado para a Santa Casa de Santa Isabel pelo padrasto. As versões apresentadas pelo jovem foram contraditórias, já que inicialmente ele informou que a criança teria caído da escada e depois afirmou que ele tinha caído no banho. “Isso gerou uma suspeita em relação ao caso. Nós iniciamos as investigações dentro do inquérito policial e tornou-se um caso extremamente complexo. Foram ouvidas mais de vinte testemunhas dentro desse inquérito. O primeiro laudo não trouxe um resultado definitivo justamente porque o menino não apresentava lesões externas aparentes,” explicou a delegada Regina Campanelli, que está à frente do caso.

O médico legista solicitou, então, outros dois exames: o toxicológico e o anatomopatológico. De acordo com a delegada, o anatomopatológico apontou que a causa da morte seria asfixia. O médico acredita que Jeferson tenha usado as mãos para sufocar a parte superior de Pedrinho.

Em relação à mãe, a suspeita teve início a partir de depoimentos de testemunhas, que relataram diversas situações de maus-tratos relacionadas à criança e situações também de abandono de incapaz, já que a jovem, junto ao namorado, deixava o menino dormindo para ir a uma adega e outras festas.

A delegada disse ainda que, apesar da justificativa de que o menino teria caído no banho no dia da morte, familiares disseram que o banheiro estava extremamente seco após o ocorrido. “A desconfiança sobre a Giovana veio justamente pelo fato de ter evidenciado uma situação de negligência. Ela deixava o autor cuidar do filho dela já sabendo de diversas outras situações de maus-tratos que ocorriam ali no ambiente. Outro fato que se corroborou com essa situação é que Giovana estava dançando funk numa balada num dia após a morte de seu filho. Isso demonstra também que ela não estava muito preocupada com a situação,” relatou a delegada.

A delegada informou que, durante as buscas, foram apreendidos dois colchões na casa onde a criança morava. O maior já apresentava manchas de sangue aparentes, mas Giovana alegou que ele havia sido recebido como doação. Já o colchão de Pedrinho parecia limpo, mas reagiu fortemente ao uso de luminol. “Quando o Instituto de Criminalística jogou o luminol, o sangue gritou, muito sangue no colchão. Agora eu pedi o material biológico ao IML e esse material será encaminhado ao IC para confronto biológico, para sabermos se aquele sangue é do Pedrinho,” disse Campanelli.

As investigações seguem em andamento. Segundo a delegada, a prisão decretada nesta quarta-feira é temporária, válida por 30 dias, e pode ser prorrogada por igual período. “Ao final, com esse resultado do IC, a gente vai pedir a prisão preventiva, e a prisão preventiva não tem prazo: ela vai até o final do julgamento,” finalizou.

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